O ex-candidato a vereador em Santa Catarina, foi identificado como responsável pelas explosões próximas ao STF e à Câmara dos Deputados

Na noite dessa quarta-feira (13), duas explosões ocorreram na região da Praça dos Três Poderes, em Brasília, deixando um homem morto.

Por volta das 19h30, um carro com placa de Rio do Sul, em Santa Catarina, explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara. O veículo era de propriedade de Francisco Wanderley Luiz, 59, candidato a vereador em Rio do Sul nas eleições de 2020 pelo PL, continha fogos de artifício e tijolos no porta-malas. O esquadrão antibomba foi acionado, e o local foi isolado para garantir a segurança.

Cerca de 20 segundos após a explosão do carro, uma segunda explosão foi registrada na Praça dos Três Poderes, onde Luiz morreu. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Civil, antes da explosão fatal, o homem tentou entrar no STF. Ele lançou um explosivo sob a marquise do edifício e, ao ser confrontado por um vigilante, exibiu artefatos presos ao corpo, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na região da nuca.

Horas antes das explosões, Luiz, conhecido como “Tiu França” e candidato a vereador em Santa Catarina em 2020 sem ter sido eleito, fez publicações em sua página do Facebook sugerindo ataques com explosivos contra lideranças políticas e locais estratégicos. Ele escreveu: “Cuidado ao abrir gavetas, armário, estantes, depósito de matérias etc.” Em outras postagens, Luiz lançou ataques ao STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes da Câmara e do Senado, além de compartilhar teorias conspiratórias anticomunistas.

O suspeito havia desafiado a Polícia Federal para um “jogo”, publicando: “Vamos jogar? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de m*rda […] Cuidado ao abrir gavetas, armário, estantes, depósito de materiais etc. Início 17:48 horas do dia 13/11/2024. O jogo acaba dia 16/11/2024. Boa sorte”.

No momento do incidente, estavam ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que foram suspensas. A sessão do STF já havia terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava mais no Planalto, e não houve ordem para evacuar o prédio.

A Polícia Federal, com o apoio da Polícia Civil do Distrito Federal e da segurança do STF, segue com as investigações para apurar a motivação do ataque e o possível planejamento das ações que, conforme apontado, foram previamente anunciadas nas redes sociais do suspeito.