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BLOG

Ana Maria Dalsasso
Educação

É Professora de Comunicação. Formada em LETRAS – Português/Inglês e respectivas Literaturas, Pós-graduada em Metodologia do Ensino pela Universidade Federal de SC - UFSC, cursou a primeira parte do Doutorado em Educação pela Universidade de Jáen na Espanha, porém não concluiu. Atua na área da Educação há mais de quarenta anos. Em sua trajetória profissional, além de ministrar aulas, exerceu a função de Diretora de Escola Pública, Coordenadora Pedagógica da Escola Barriga Verde, Pró-Reitora de Ensino de Graduação do UNIBAVE/ Orleans. Dedica parte de seu tempo livre com trabalhos de Assistência Social e Educacional, foi membro do Lions Clube Internacional por longos anos, hoje faz parte da AMHO – Amigos do Hospital, além de outros trabalhos voluntários na comunidade e seu entorno. Revisora de trabalhos acadêmicos: Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado.

Educação 2025. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso08/12/2025 15h00
Foto/Freepik

Fim de ano sempre é tempo de avaliação: momento de olhar para o que passou e projetar o futuro. Como educadora, não posso encerrar 2025 sem refletir sobre os desafios que marcaram a educação brasileira, em especial, no campo da leitura.

Vivemos um ano em que mais uma vez ficou evidente a distância entre a expansão de diplomas e a real qualidade do ensino. Distribuímos títulos, certificados e homenagens, mas ensinamos cada vez menos. Essa desconexão revela um problema profundo: valorizamos o papel, mas não o conhecimento.

Os dados mais recentes confirmam essa realidade preocupante. Segundo a última Avaliação Nacional da Alfabetização, apenas 5 em cada 10 crianças leem com fluência ao final do segundo ano, ou seja, metade das nossas crianças não domina uma habilidade que deveria ser garantida logo no início da trajetória escolar. E o quadro piora ao longo dos anos: 95% dos estudantes chegam ao final do Ensino Médio sem saber o básico de Português e Matemática. É a comprovação estatística de uma falência anunciada.

Em paralelo, assistimos à banalização de títulos e honrarias, que muitas vezes não refletem a formação real ou o domínio das competências essenciais. Distribuímos diplomas, mas não formamos leitores. Ampliamos certificados, mas não ampliamos conhecimento. Seguimos repetindo um modelo que produz números, não aprendizado

O resultado disso aparece em sala de aula, nos índices de alfabetização, na dificuldade de interpretação e no empobrecimento do pensamento crítico. Em 2025, mais uma vez, a leitura foi deixada em segundo plano, como se fosse um detalhe, quando, na verdade, é o alicerce de todo processo de aprendizagem. O país segue distribuindo diplomas em abundância, enquanto ensina cada vez menos.

Se queremos um futuro diferente, precisamos começar por reconhecer o que não deu certo. A educação brasileira exige mais compromisso real e menos cerimônia; mais investimento e menos ilusão estatística. Só assim poderemos, quem sabe, escrever um novo capítulo para 2026. Se 2025 escancarou nossas falhas, especialmente na leitura, a base de toda aprendizagem, precisamos ao entrar em um novo ano, fazer mais do que planejar: precisamos reconstruir.

Este ano expôs com clareza um modelo que privilegia títulos, não conhecimento; aparências, não competência. E os efeitos são devastadores: crianças alfabetizadas pela metade, adolescentes que concluem etapas sem compreender textos simples, adultos que recebem diplomas que não representam aprendizagem real.

Avaliar 2025 é reconhecer essas falhas — e assumir, com coragem, que o futuro da educação depende de um retorno ao essencial: ler, compreender, pensar.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal.

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O uso da lei como arma. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso25/11/2025 15h00
Imagem/@Normose

Nos últimos anos, o Brasil tem vivido um cenário preocupante de judicialização intensa da vida pública. A justiça, que deveria ser o alicerce do equilíbrio democrático, passou a ser utilizada como ferramenta de disputa ideológica e estratégia de poder. Esse fenômeno possui um nome: “lawfare”, ou seja, o uso da lei como arma de guerra contra adversários políticos.

O conceito não se refere à punição legítima de crimes, mas à instrumentalização de processos jurídicos como forma de perseguição. A lógica do lawfare é simples e perigosa: fragiliza-se o adversário por meio de investigações prolongadas, denúncias seletivas, vazamentos estratégicos para a mídia e julgamentos midiáticos em que a reputação é condenada antes mesmo que haja sentença. Nesse terreno, a presunção de inocência é substituída pela suspeita permanente, e o processo deixa de ser um caminho para a verdade para se tornar um palco de desgaste político.

Quando a justiça vira arma, a democracia se transforma em campo de batalha. Em vez de instituições sólidas e imparciais, passa-se a ter um sistema guiado por interesses e movido por narrativas. A consequência é grave: a sociedade perde a confiança nas estruturas que deveriam garantir equilíbrio e transparência. Surge, então, um círculo vicioso em que tudo é judicializado e a política deixa de ser construída pelo diálogo, pela negociação e pela vontade popular.

O Brasil precisa debater seriamente esse assunto. Não se trata de defender indivíduos ou partidos, mas de compreender que nenhuma nação se sustenta quando a justiça se torna ferramenta de poder. A democracia exige limites, equilíbrio e responsabilidade institucional. O lawfare corrói silenciosamente essas bases, enfraquecendo direitos e minando o estado democrático de direito.

É hora de recuperar a essencial separação entre justiça e disputa política. Investigação e punição devem existir onde há provas e não onde há interesses. O desafio é enorme, mas indispensável: salvar a justiça da política — e a política da justiça. Sem isso, corremos o risco de transformar o Estado de Direito em Estado de suspeição

 

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal.

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COP 30: O Circo da Hipocrisia. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso10/11/2025 14h00
Foto/@Tania Rego/Agência Brasil

A tão alardeada COP 30, anunciada como símbolo de liderança ambiental e compromisso com a sustentabilidade, revela-se, na verdade, uma das maiores farsas políticas já encenadas em solo brasileiro. Sob o discurso sedutor da “salvação do planeta”, o evento se transforma em um verdadeiro circo político, montado para enganar a população e servir de vitrine eleitoral para os que pretendem se perpetuar no poder.

A hipocrisia atinge o auge quando se vê a logística do próprio evento: centenas de aviões particulares, hospedagens de luxo, toneladas de resíduos gerados e emissões altíssimas de carbono. Prega-se sustentabilidade e preservação ambiental, mas  quilômetros de floresta foram derrubados para dar acesso ao evento. Iates de luxo queimam milhares de litros de óleo nos rios amazônicos para transportar autoridades e celebridades, em um espetáculo de esnobação e contradição. Tudo isso em nome de um suposto compromisso com o meio ambiente — uma ironia que beira o absurdo.

Por trás dos discursos emocionados e das promessas vazias, esconde-se um projeto político e econômico bilionário, bancado por elites globais que exploram petróleo e outros recursos naturais. O chamado “terrorismo climático” se tornou uma ferramenta de manipulação: cientistas que ousam questionar a narrativa dominante são perseguidos, silenciados e rotulados de “negacionistas”. Enquanto isso, os verdadeiros problemas do país — a miséria, a violência, a falta de saneamento e de saúde pública — continuam ignorados.

É revoltante constatar que quase metade da população brasileira ainda não tem acesso a rede de esgoto ou água potável, mas o governo não hesita em gastar bilhões em um evento vazio, que nada acrescentará ao desenvolvimento nacional. Pelo contrário, deixará apenas o rastro já conhecido de corrupção, desperdício e vergonha internacional. A prometida “liderança verde” virou piada mundial: o Brasil, que deveria ser exemplo de seriedade, hoje é visto como palco de trapalhadas e improvisos.

A COP 30 é mais do que um fracasso — é o retrato fiel de um país comandado por políticos que usam a pauta ambiental como escudo ideológico e fonte de poder. Uma encenação milionária para enganar os ingênuos e enriquecer os espertos. Em vez de cuidar da população, constroem palanques. Em vez de resultados, oferecem discursos. O Brasil merecia respeito, não mais uma farsa travestida de causa nobre.

A COP 30, portanto, simboliza o retrato mais nítido da incoerência ambiental brasileira. Fala-se em futuro sustentável enquanto se destrói o presente. Faz-se propaganda com o verde, mas alimenta-se o cinismo com o dinheiro público. O planeta precisa, sim, de mudanças — mas antes de conferências espetaculares, precisa de governantes que pratiquem o que pregam.

 

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal.

 

 

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Halloween, a celebração das trevas. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso27/10/2025 15h00
Foto/Ilustrativa

Nos últimos anos, o Halloween tem ganhado força no Brasil, especialmente entre crianças e jovens, impulsionado pelas redes sociais, pela mídia e, lamentavelmente, por muitas escolas. Fantasias sombrias, caveiras, bruxas e abóboras decoram salas de aula como se tudo não passasse de uma brincadeira inocente. No entanto, é urgente refletir sobre o real significado dessa celebração e os valores que ela carrega — sobretudo sob a perspectiva cristã e cultural brasileira.

Antes de tudo, é importante destacar que o Halloween não faz parte do folclore nem da tradição nacional. O Brasil possui uma riqueza imensa de manifestações culturais autênticas, que expressam a identidade, a fé e a alegria do nosso povo. Importar uma festa estrangeira de origem pagã, que exalta o medo, a morte e as trevas, é um erro que contribui para o esvaziamento de nossa própria cultura e valores.

Sob a ótica cristã, a questão é ainda mais séria. A Bíblia é clara ao advertir sobre os males espirituais que cercam práticas que celebram o ocultismo. Em Efésios 5:11, lemos: “Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz.” Celebrar o Halloween, portanto, é contradizer o Evangelho e abrir espaço, ainda que simbolicamente, para a exaltação do mal em detrimento do bem.

Essa festa, apresentada muitas vezes como simples diversão, promove o medo, a morte e o grotesco, conduzindo mentes jovens a normalizarem o que é sombrio. O que se vende como “diversão inocente” é, na verdade, uma forma disfarçada de banalização do mal e da violência, além de estar carregada de simbolismos espirituais que não condizem com a fé cristã nem com os princípios da formação humana.

É aqui que entra a responsabilidade das escolas e dos educadores. O ambiente escolar deve ser espaço de formação integral, voltado à construção do conhecimento, da ética e da cidadania — e não palco para celebrações que ferem princípios morais e espirituais. As escolas precisam romper com esse tipo de prática, que expõe as crianças a conteúdos que não compreendem e que podem causar confusão de valores.

Cabe aos professores e gestores educacionais assumirem o compromisso de esclarecer os alunos e as famílias sobre o verdadeiro significado do Halloween, promovendo atividades que celebrem a vida, a solidariedade e a esperança — e não o medo, a morte e o sobrenatural maligno. A educação deve ser instrumento de luz, e não um canal para que as trevas encontrem espaço na mente e no coração das crianças.

Recusar o Halloween, portanto, não é um ato de intolerância, mas de fé, consciência e responsabilidade cultural e espiritual. É dizer “sim” à vida e “não” à morte; “sim” à luz e “não” às trevas.

Que os cristãos brasileiros, em vez de se deixarem seduzir por modismos estrangeiros, possam reafirmar seus valores, suas raízes e a fé naquele que disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12).

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal.

 

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