Caso de Pedofilia: Delegado Ulisses Gabriel comenta investigação e medidas do governo
Um caso alarmante em Santa Catarina está chamando a atenção não só no estado, mas também a nível nacional. A polícia está investigando um professor do norte do estado acusado de cometer crime de pedofilia. O Jornal da Guarujá conversou com o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, para obter mais informações sobre o caso.
No último final de semana, um vídeo de um pai indignado denunciando a conduta inadequada de um professor de Itajaí viralizou nas redes sociais. Segundo o pai, o professor teria assediado sexualmente seu filho, um aluno de uma escola pública da cidade. No vídeo, há relatos de que o professor teria enviado áudios e vídeos explícitos, incluindo até mesmo um vídeo em que ele se masturbava.
Em resposta às denúncias, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, entrou em contato com o delegado-geral Ulisses Gabriel no próprio sábado, determinando que a conduta fosse investigada rigorosamente. A delegada Vivian Matos foi designada para cuidar do caso e, na segunda-feira, uma operação de busca e apreensão foi realizada na residência do professor, onde equipamentos como celular e computador foram confiscados para investigação.
“Essa é uma situação muito séria e que não pode ser tolerada de forma alguma. As provas até agora são contundentes e não se trata de homofobia, como o professor acusado alega em sua defesa. Estamos lidando com uma investigação rigorosa, amparada pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário Catarinense”, afirmou o delegado Ulisses Gabriel.
O professor acusado se manifestou nas redes sociais, alegando estar sendo vítima de homofobia e apelou ao presidente da república, alegando perseguição. “As declarações do jovem são consistentes nesse sentido. Não há conduta que justifique esse tipo de situação. Não se trata de homofobia, mas sim de apuração de um fato que teria acontecido. Esse é o grande objetivo. O presidente da república não pode fazer nenhum tipo de intervenção numa situação como essa porque é uma apuração correta e direta da Polícia Civil de Santa Catarina, amparada pelo Ministério Público, que se manifestou favorável à busca e apreensão, e também pelo Poder Judiciário Catarinense, que foi firme na decisão e na concessão da ordem judicial para que isso acontecesse.”
O governador Mello também se manifestou sobre a necessidade de legislação mais rígida para lidar com crimes de pedofilia. Ele está propondo uma medida semelhante à investigação social realizada para candidatos à Polícia Civil, agora aplicada à contratação de professores. “A responsabilidade de um professor é muito grande e precisamos garantir que nossos educadores estejam aptos a desempenhar suas funções com integridade”, declarou o governador.
A proposta visa criar mecanismos mais eficazes de proteção aos alunos, garantindo que situações como essa não se repitam. “Cada criança deve ter a proteção da escola, que deve ser um ambiente seguro, como uma segunda casa”, concluiu o delegado Ulisses Gabriel.
Governador se pronuncia
Em suas redes sociais, o governador Jorginho Mello se pronunciou sobre o caso. “Assim que soube do caso, determinei ao Delegado Geral da Polícia Civil que abrisse um inquérito para investigar o ocorrido(…), uma operação de busca e apreensão foi realizada na casa do suspeito, e o material encontrado será rigorosamente periciado pela Polícia Científica”.
O governador informou que instruiu a Secretaria de Educação a afastar imediatamente o professor e tomar as medidas necessárias enquanto as investigações estiverem em curso.
“Para que casos assim não se repitam, já estou trabalhando para endurecer as regras de checagem de antecedentes e a investigação da vida pregressa dos candidatos, tanto no ato da sua contratação quanto durante a prestação dos seus serviços.”
Em vídeo, o governador afirmou que em Santa Catarina esse tipo de comportamento não será tolerado e reiterou o compromisso do governo em garantir a segurança e integridade dos alunos da rede estadual de educação.
Confira entrevista completa