Com a propagação alarmante da dengue em diversos municípios do estado, a utilização de repelentes torna-se uma estratégia adicional na proteção individual contra o Aedes aegypti, o temido transmissor da doença. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indica que produtos contendo Icaridina, IR3535 e DEET são os mais eficazes para repelir esses mosquitos.

O Superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, o médico infectologista Fábio Gaudenzi, pondera sobre a eficácia dos repelentes como medida preventiva. Ele ressalta que, embora não seja uma solução definitiva para o controle da doença, os repelentes funcionam como uma barreira de proteção individual, especialmente quando se está em áreas de alta transmissão. Gaudense afirma: “O repelente funciona principalmente se eles são dos princípios ativos adequados, recomendados e que têm ação contra o Aedes aegypti. Ele acaba funcionando como uma barreira de proteção individual.”

É preciso verificar o rótulo dos produtos e escolher aqueles que contenham os princípios ativos recomendados e que tenham ação efetiva contra o Aedes aegypti. Além disso, é importante observar a duração da proteção oferecida pelo repelente, optando por produtos que possam garantir uma proteção prolongada ao longo do dia. Gaudense ressalta: “Olhe o rótulo, leia o rótulo e veja qual é o princípio ativo que tem ali, se ele é adequado contra o Aedes aegypti. Quanto maior o tempo de proteção, menos vezes terá que repetir durante o dia e a proteção fica maior.”

No entanto, é necessário ter cautela ao utilizar repelentes em crianças, visto que produtos contendo DEET não são recomendados para crianças entre dois e doze anos, de acordo com as diretrizes da Anvisa. A agência disponibiliza uma lista de produtos regularizados em seu site oficial para consulta pública.

O médico infectologista orienta sobre a aplicação correta dos repelentes. Ele destaca que o repelente deve ser o último produto aplicado na pele, evitando-se o uso de outros produtos com fragrâncias fortes que possam atrair os insetos. “Com o perfume, eles podem atrair os insetos, então evite usar produtos que tenham muito cheiro. E a última camada a ser passada depois de todas as outras é o repelente, porque é a camada mais externa que vai funcionar repelindo o inseto.”

É importante ressaltar que o uso de repelentes não deve ser feito durante a noite, sendo recomendado o uso de outros métodos de proteção, como repelentes de parede ou elétricos, para reforçar a proteção contra os mosquitos.

Santa Catarina, já registrou mais de 115 mil casos prováveis e 59 mortes pela dengue, é fundamental que a população adote medidas preventivas, incluindo o uso adequado de repelentes, para combater a propagação da doença e proteger a saúde pública.

*Com informações Acaert