Adolescente que atacou escola em São Paulo deixou carta mencionando bullying, tristeza e ódio
O adolescente de 13 anos que realizou um ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, deixou uma carta para a família antes do crime, em que pedia desculpas e contava que passou dois anos planejando o ataque.
No bilhete, o adolescente indicou que o bullying, a tristeza e o ódio o levaram a fazer “uma besteira”.
A carta, endereçada à mãe, ao irmão, à tia e à avó, não mencionou o pai, que estava na delegacia na terça-feira (28), enquanto o adolescente prestava depoimento. Nas folhas de caderno que acompanharam os manuscritos, havia desenhos de um par de olhos e uma lâmina.
O agressor chegou a anunciar o ataque nas redes sociais e mencionou a falta de “um armamento decente” no Twitter. Além disso, ele fez referências ao autor do massacre de Suzano, em 2019, usando o nome Taucci e uma sequência de números em sua conta na rede social. Durante o ataque, o agressor usava uma máscara com o desenho de uma caveira sobre o nariz e a boca, a mesma utilizada pelos atiradores de Suzano e pelo adolescente que atacou duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, em novembro de 2022. A indumentária é símbolo de supremacistas americanos.
A Polícia Civil deve investigar os perfis de redes sociais e aparelhos eletrônicos apreendidos na casa do jovem para saber se ele foi incentivado ou auxiliado por alguém. Mais vítimas e testemunhas devem ser ouvidas na terça-feira, com pelo menos 32 pessoas já prestando depoimento. “Esse trabalho de rastreamento dos perfis, redes sociais, é importante para sabermos se houve algum incentivo, algum induzimento, algum tipo de ação, e se alguém efetivamente participou dos ataques de ontem”, disse o delegado Marcus Vinicius Reis, do 34º DP.