Presidente da Associação dos Aposentados de Orleans fala sobre conscientização e combate à violência contra idosos

Em entrevista concedida nesta terça-feira, 18, ao Jornal da Guarujá, o presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Orleans, Luiz Legnani, destacou a importância do Junho Violeta, mês dedicado à conscientização e combate à violência contra pessoas idosas.
Legnani enfatizou que o Junho Violeta é uma campanha global, instituída em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, comemorado em 15 de junho. “Nós sabemos que o Brasil temem torno de 32 milhões e 100 mil idosos, o que significa 15,8% da população brasileira e essa população vem crescendo assim rapidamente .Daqui a poucos anos em 2050 nós vamos ter aqui segundo previsão, o dobro dessa população.”
Durante a entrevista, Legnani apontou que a violência contra idosos se manifesta de várias formas, incluindo física, patrimonial, financeira, psicológica e negligência. Ele destacou que, segundo dados do Disque 100, nos primeiros cinco meses deste ano, foram registradas 47 mil denúncias de violência contra idosos, totalizando 282 mil violações. “Nos primeiros cinco meses deste ano, o Disque 100, que é um canal do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, recebeu 47 mil denúncias, e destas 47 mil denúncias são 282 mil violações,” observou. “Infelizmente, essas violências são praticadas dentro da própria casa, pela família, por filhos, netos e cuidadores.”
A cultura de valorização do idoso, presente em muitos países ocidentais, foi outro ponto discutido. Legnani comparou a situação brasileira com a de países orientais, onde os idosos são respeitados e valorizados. “A nossa cultura desrespeita, exclui e isola o idoso. Além da questão dessa população, como na Europa, os idosos ficaram velhos na riqueza e no Brasil envelhecem na pobreza,” afirmou. “Um idoso que mora num bairro nobre, pode ter certeza que ele é melhor cuidado, tem mais acesso à saúde, em todas as áreas, do que um idoso que vive na periferia e na favela.”
Sobre as políticas públicas, Legnani destacou a existência de marcos legais importantes no Brasil, como o Plano Nacional do Idoso (1994) e o Estatuto da Pessoa Idosa (2003). Contudo, ele frisou a necessidade de recursos e de implementação efetiva dessas políticas. “A sociedade tem que conhecer as legislações que garantem direito e promoção da vida e defesa da pessoa idosa. Nós temos marcos legais fundamentais no Brasil, que são um exemplo o mundo todo,” disse. “O que falta são recursos, recursos dos municípios e estados para dar atendimento digno a esses idosos, para que tenham uma vida digna.”
Ainda durante a entrevista, o presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Orleans, contou exemplos onde o direito do idoso é negligenciado, principalmente em casas onde a lei garante a gratuidade da passagem rodoviária, mas que por muitas vezes ou por falta de conhecimento ou por opção mesmo da empresa, esse direito é negado.
Ao final da entrevista, Legnani, reforçou que o papel da associação é trabalhar para fomentar o debate e ampliar a conscientização sobre o direito e o papel do idoso na sociedade. “Precisamos pressionar para que essas leis sejam cumpridas e para que novas políticas sejam implementadas, garantindo uma vida digna para essa população que tanto contribuiu,” concluiu.
Confira entrevista completa