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Moradores de rua em Orleans: CREAS fala sobre atendimentos e alerta para complexidade do problema

Jornal da Guarujá ouviu a psicóloga Giulia Oliva Grassi, do CREAS, sobre o cenário atual e as ações desenvolvidas no município

Por Ligado no Sul12/05/2025 11h00
Foto/Giulia Grassi

O Jornal da Guarujá conversou com a psicóloga Giulia Oliva Grassi, que atua no CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) de Orleans, para esclarecer as preocupações crescentes quanto ao número de pessoas em situação de rua no município. O tema ganhou visibilidade após a vereadora Genaina Coan levar a discussão à Câmara de Vereadores, citando um possível aumento de casos.

Segundo Giulia, de fato houve um crescimento nas abordagens realizadas. “Neste ano, a equipe abordou sete pessoas em situação de rua. Mas isso não significa que estavam todas ao mesmo tempo na cidade, como vem sendo divulgado. Atualmente, temos conhecimento de duas pessoas nessa condição em Orleans”, explicou.

Ela destaca, no entanto, que pode haver outros casos que ainda não foram identificados: “Nem sempre conseguimos localizar todas as pessoas. Há possibilidade de mais pessoas que ainda não chegaram até nós. Das sete que foram abordadas ao longo do ano, cinco já não estão mais no município. Muitas vezes, passam apenas alguns dias aqui e seguem viagem.”

Giulia reforça que se trata de uma realidade complexa, com raízes profundas. “Essas situações não se resolvem de uma hora para outra. Em geral, há uma ruptura antiga de vínculos familiares, histórico de uso de álcool, drogas, e outros fatores sociais graves.”

Como atua o CREAS em Orleans

A psicóloga também explicou o papel do CREAS diante dessas ocorrências. “Nós não somos um serviço de pronto atendimento. O CREAS atende diversas demandas envolvendo ameaça ou violação de direitos, como violência contra crianças, idosos, mulheres, pessoas com deficiência. Temos uma agenda intensa de atendimentos e visitas domiciliares.”

Ela acrescenta que, embora compreenda a urgência de alguns chamados, é importante que a população saiba diferenciar os casos. “Recebemos ligações pedindo abordagem imediata, mas há situações que são de responsabilidade da polícia, como depredação de patrimônio público ou comportamentos agressivos. Nosso trabalho acontece depois disso, de forma estruturada.”

Quando abordam uma pessoa em situação de rua, a equipe do CREAS faz uma escuta inicial para entender o histórico e as necessidades. “Verificamos se tem documentação, fazemos cadastro no CadÚnico, ofertamos banho, cobertores, alimentação. Também encaminhamos para o CAPS, se houver interesse em tratamento, e buscamos contato com familiares, caso a pessoa queira retornar ao convívio”, detalhou.

Em alguns casos, inclusive, o município oferece passagens para retorno à cidade de origem, desde que a família aceite a reintegração.

Perspectiva de uma casa de passagem

Ao final da entrevista, Giulia mencionou uma iniciativa em discussão pela gestão municipal. “Na última sexta-feira, o prefeito Fernando Cruzetta comentou sobre a elaboração de um projeto para uma casa de passagem provisória. Isso não resolverá o problema estrutural  que é nacional e complexo, mas seria uma alternativa importante para oferecer acolhimento temporário e ajudar na reestruturação dessas vidas, quando houver esse desejo.”

Confira entrevista completa

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