A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou no sábado (3) que o governo está avaliando a possibilidade de ampliar a oferta de vacinas contra a dengue no país. A notícia foi divulgada durante a inauguração do Centro de Operações de Emergências (COE) contra a dengue, em Brasília. Nísia Trindade informou que foram realizadas reuniões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantã para discutir o assunto. “A nossa prioridade é expandir a oferta de vacinas”, afirmou a ministra.

O Brasil é pioneiro mundial ao disponibilizar o imunizante no sistema de saúde pública. A primeira remessa, com cerca de 757 mil doses, chegou ao país em 20 de janeiro, sendo parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica responsável pela Qdenga. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está programada para fevereiro. A previsão é que o país receba 5,2 milhões de doses ao longo deste ano. Inicialmente, a vacina será aplicada em 521 municípios de regiões endêmicas, e para 2025, já estão contratadas mais 9 milhões de doses.

Apesar da possível expansão, a ministra enfatizou que os impactos imediatos no combate à doença não serão significativos. “Estamos focados em ampliar a oferta de vacinas, mas não esperem resultados nos próximos meses”, destacou a ministra.

Situação atual

O Ministério da Saúde informou que o COE terá a função de ampliar o monitoramento da situação da dengue no país, coordenando ações de vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e controle de vetores. Em conjunto com estados e municípios, o centro realizará coleta e análise de dados, produção de relatórios e divulgação de informações por meio de boletins e informes epidemiológicos.

Segundo dados do painel de arboviroses do ministério, de janeiro até agora, o Brasil registrou 243.721 casos prováveis de dengue, com pelo menos 29 mortes confirmadas e outras 170 em investigação.

Durante a cerimônia, a ministra Nísia Trindade alertou para a situação mais preocupante da dengue em alguns municípios do Acre, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. “Embora haja concentração nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, não caracteriza um quadro de emergência ou epidemia nacional, mas sim de epidemia a nível local”, ressaltou a ministra.

*Agência Brasil