Câncer de pele: Entenda os fatores de risco e como se proteger
Entrevista com Dr. Paulo Henrique Martins, dermatologista e oncologista especializado no tratamento desse câncer
Um assunto super importante, o câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil. Para falar sobre o tema, o Jornal da Guarujá conversou na manhã desta sexta-feira, 27, com o Dr. Paulo Henrique Martins, dermatologista e oncologista especializado no tratamento desse câncer.
“Estamos lidando com um tema cada vez mais recorrente, especialmente aqui na região de Orleans, onde o agronegócio é bem forte. Isso faz com que muitas pessoas que trabalham no campo fiquem expostas ao sol sem nenhuma proteção e, mais tarde, acabam sofrendo as consequências”, alerta o doutor.
Ele explica que a geografia da região influencia muito. “Temos muitos trabalhadores do agronegócio e uma forte descendência europeia, o que resulta em pessoas com pele clara e olhos claros, que estão mais propensas a desenvolver câncer de pele. Todos os anos, quase 200 mil novos casos surgem no Brasil. Por isso, é fundamental ter cuidados com a proteção solar e usar protetor todos os dias.”
Mas como saber se estamos com câncer de pele? O Dr. Paulo detalha que existem dois tipos: os carcinomas (não melanoma) e o melanoma. “Normalmente, o câncer de pele é assintomático, então é raro sentir dor ou coceira nas lesões. No caso dos carcinomas, é comum ter uma ferida que não cicatriza ou uma bolinha vermelha que não desaparece. Já no melanoma, o alerta fica para aqueles sinais pretos que aumentam de tamanho ou mudam de cor.”
O médico recomenda a regra do ABCD para o melanoma:
- A de assimetria: se a lesão não é igual dos dois lados.
- B de bordas: se as bordas estão irregulares.
- C de cor: se o sinal tem mais de uma cor.
- D de diâmetro: se o sinal tem mais de 6 milímetros.
O dermatologista lembra ainda que outro fator muito importante é a evolução: se o sinal muda rapidamente em poucos meses, é hora de se preocupar.
A importância do diagnóstico precoce
A detecção precoce é um fator importante para o tratamento eficaz do câncer de pele. “Os carcinomas raramente metastatizam, mas podem causar sérios danos locais. Por outro lado, os melanomas têm uma chance maior de se espalhar pelo corpo. Portanto, o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura”, enfatizou Dr. Paulo.
Exposição solar e fatores de risco
Quando questionado sobre a relação entre exposição solar e câncer de pele, o especialista afirmou que cerca de 90% dos casos estão associados à radiação solar. No entanto, existem casos raros de câncer que podem surgir em áreas do corpo que não estão expostas ao sol, como embaixo das unhas e em mucosas.
Dr. Paulo também abordou a questão das crianças, ressaltando a importância do uso de protetores solares a partir dos seis meses de idade, visto que a exposição solar acumulativa na infância pode resultar em câncer na vida adulta.
Proteção e prevenção
Durante a conversa, o dermatologista alertou que bonés e outros métodos de proteção não substituem o uso de protetor solar. “O boné ajuda, mas não é suficiente. A proteção solar deve ser uma prioridade”, disse.
Ele também comentou sobre o câncer de lábio, que é uma preocupação comum, principalmente devido à alta exposição solar. “Os lábios são frequentemente esquecidos, mas precisam de proteção. Existem hidratantes labiais com protetores solares que podem ajudar.”
Histórico familiar e monitoramento
Finalmente, Dr. Paulo ressaltou que pessoas com histórico familiar de câncer de pele devem ter um acompanhamento mais rigoroso. “Quem já teve câncer de pele tem uma chance maior de desenvolver novos casos. A vigilância é essencial.”
Para aqueles que desejam entrar em contato com Dr. Paulo Henrique Martins, ele está disponível pelo WhatsApp: 48 99170-4545. Para mais informações, é possível seguir seu Instagram: @paulomartins.dermato.
Confira entrevista completa