Aumento de casos de coqueluche em Santa Catarina alerta para baixa cobertura vacinal

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), emitiu nesta sexta-feira, 2s um alerta sobre o aumento nos casos de coqueluche no estado. Em 2024, já foram confirmados 106 casos, comparado aos apenas dois registrados no ano anterior. A faixa etária mais afetada é a de crianças com menos de um ano, com 38 confirmações. As regiões com maior número de casos são Foz do Rio Itajaí (29), Médio Vale (20) e Grande Florianópolis (21).
João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE, explica que o aumento segue uma tendência global e destaca fatores como baixa cobertura vacinal e aprimoramento do diagnóstico laboratorial. “A coqueluche é uma doença sazonal e apresenta aumento cíclico, sem um fator explícito conhecido, o que pode estar colaborando com o identificado, juntamente com a baixa cobertura vacinal”, afirma. Ele acrescenta que “vários anos com cobertura vacinal abaixo da recomendada” contribuem para o atual cenário.
Atualmente, a cobertura vacinal da vacina pentavalente, que protege contra a coqueluche, está em 88,87% em Santa Catarina, abaixo da meta anual de 95%. Para ampliar a proteção, a vacina dTpa, aplicada em gestantes desde 2014, visa transferir anticorpos ao bebê, protegendo-o até que ele complete o esquema vacinal. Brancher Fuck enfatiza a importância da vacinação das gestantes, pois “o bebê vacinado só alcança proteção efetiva após concluir o esquema primário aos seis meses. Precisamos avançar na vacinação de todas as pessoas com indicação, considerando que muitos países vêm registrando aumento de casos em 2024”.
Sinais e sintomas da Coqueluche
A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, afeta as vias respiratórias e é altamente transmissível. Os primeiros sintomas se assemelham a um resfriado, com mal-estar, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Em estágios avançados, a tosse se torna severa, podendo comprometer a respiração, provocar vômito e causar cansaço extremo. Os sintomas duram entre seis a dez semanas, podendo se estender dependendo do quadro clínico. Em caso de suspeita, a orientação é procurar um serviço de saúde.