Câncer de intestino cresce entre jovens e acende alerta sobre alimentação e prevenção
Cirurgião oncológico Dr. Danton Corrêa alerta para fatores de risco, formas de prevenção e importância da colonoscopia a partir dos 45 anos

A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, vítima de câncer de intestino, reacendeu o alerta sobre a gravidade da doença, que tem avançado de forma preocupante entre pessoas com menos de 50 anos. Silencioso nos estágios iniciais, o câncer colorretal atinge o intestino grosso e o reto e já é o segundo mais incidente em Santa Catarina e tem na alimentação um dos principais fatores de risco.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o estado registra a maior taxa de incidência do país, com 56,9 casos para cada 100 mil habitantes. O cirurgião oncológico Dr. Danton Corrêa chama atenção especialmente para o impacto da dieta moderna entre os mais jovens.
“Hoje as pessoas se expõem a alimentos industrializados mais cedo durante a vida. Esses alimentos acabam alterando a flora intestinal e, hoje, acredita-se que a principal causa desse aumento no câncer abaixo de 50 anos de idade tem a ver com essa mudança de flora no intestino”, explica o médico. “Fica uma flora mais inflamatória e que acaba provocando a formação de tumores numa idade mais precoce”, completa.
Além da alimentação, outros fatores contribuem para o desenvolvimento da doença: sedentarismo, obesidade, consumo de álcool e cigarro. Dr. Danton reforça que há formas de prevenção eficazes, principalmente através de hábitos saudáveis e exames regulares.
“As outras maneiras de prevenir o câncer de intestino são através de uma dieta rica em fibras, evitando carnes processadas, e através de exercícios físicos, mantendo um peso ideal. Existe associação entre obesidade e câncer de intestino. Outra maneira também é evitando o tabagismo e o alcoolismo. O uso de álcool e de cigarro também aumentam a chance da pessoa desenvolver câncer de intestino”, completa.
Quando começar a prevenção?
A recomendação é que o rastreamento com colonoscopia comece aos 45 anos para pessoas sem histórico familiar. Quem tem casos na família deve iniciar o acompanhamento mais cedo, conforme a orientação médica.
“O câncer colorretal é silencioso nos estágios iniciais, mas alguns sinais exigem atenção imediata, principalmente em quem tem mais de 45 anos”, alerta o cirurgião.
Sinais como sangue nas fezes, dor abdominal persistente, alteração do hábito intestinal e perda de peso não intencional devem ser investigados.
De acordo com o médico oncologista, a adoção de um estilo de vida saudável, somada ao rastreamento precoce, é a melhor estratégia para reduzir os impactos da doença que mais cresce entre os jovens catarinenses.
*Com informações Acaert