Óbitos estão concentrados na região Norte do Estado

O estado de Santa Catarina soma 5.900 casos prováveis de dengue neste início de ano, representando um aumento de assustadores 646% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Duas mortes foram confirmadas em Joinville e uma em Araquari apenas nesta semana. Os quatro óbitos registrados até o momento ocorreram na região norte, enquanto outras três ocorrências suspeitas estão sendo investigadas em Florianópolis, Garopaba e São Francisco do Sul.

Frente a essa nova realidade, o Superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Dr. Fábio Gaudenzi, destaca a importância de estar atento aos sintomas da doença. A dengue, sendo uma doença infecciosa aguda, apresenta sintomas semelhantes aos de outras enfermidades, como febre, dores no corpo, prostração e, principalmente, uma dor intensa atrás dos olhos. “É muito importante estar alerta, procurar o serviço de saúde mais próximo da sua casa. As unidades básicas de saúde estão sendo capacitadas para realizar o primeiro atendimento e, identificando gravidade, eles irão encaminhar o paciente para um serviço de maior complexidade. Se na sua região onde você mora, onde você trabalha há relato de casos, fique alerta, procure o serviço de saúde, fale que você está no local que pode haver transmissão de dengue para que você tenha esse atendimento adequado”.

Os quase 6 mil casos de dengue se distribuem entre 120 municípios catarinenses, evidenciando a disseminação preocupante da doença. Além disso, o estado registra 30 ocorrências prováveis de chikungunya e 3 de zika vírus, também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Com 154 municípios infestados pelo vetor, o diretor da Vigilância Epidemiológica Estadual, João Fuck, destaca a urgência de uma mobilização coletiva contra o mosquito.

Fuck ressalta que a situação demanda ação imediata. “A gente tá vendo um aumento do número de casos já nas primeiras semanas, um aumento que a gente viu em 2023 lá no mês de março, abril, isso já tá acontecendo no mês de janeiro.” Ele enfatiza a necessidade de fortalecer as medidas de prevenção, como a eliminação de locais com água parada, conhecidos criadouros do Aedes aegypti. “Certamente, essa ação sendo realizada por todos pode impactar nessa curva, para que ela não continue subindo, como nós vimos em 2023

Em meio a esse cenário crítico, o Ministério da Saúde anunciou o início da distribuição, neste mês de fevereiro, do primeiro lote de vacinas contra a dengue. O Sistema Único de Saúde (SUS) será responsável pela aplicação, priorizando 13 municípios da região norte de Santa Catarina. A vacinação terá início com o público de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos de idade.