O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no centro de uma polêmica após suas declarações recentes comparando o Holocausto ao tratamento dado aos palestinos.

Em  uma entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou neste fim de semana de uma reunião da cúpula da União Africana, o presidente falou: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus.”

O pronunciamento de Lula gerou uma onda de indignação, provocando críticas contundentes de diversas esferas da sociedade brasileira e internacional.

Um dos primeiros a se manifestar foi o apresentador Luciano Huck, que expressou seu lamento pelas palavras de Lula. Em uma publicação em sua conta no X (ex-Twitter), Huck, que é judeu, destacou que o conflito na região não pode ser equiparado ao Holocausto. “Não é remotamente parecida com o Holocausto” e que espera que o petista “repense a sua posição”. Huck, que é judeu, disse que a declaração de Lula não contribui para a pacificação na região. “O que acontece em Gaza hj é uma tragédia humanitária. O número de vítimas civis é inaceitável e imperdoável.”

As afirmações de Lula foram duramente condenadas por líderes políticos, organizações judaicas e membros da comunidade internacional. O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou as declarações como “desrespeitosas e irresponsáveis”, enquanto o Congresso Nacional foi inundado com pedidos de impeachment contra Lula, argumentando que tais palavras constituíram uma grave violação, ao cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade.

O deputado federal Nikolas Ferreira foi uma das vozes a assinar o pedido de impeachment, rotulando Lula como “vergonha nacional” em uma declaração veemente em suas redes sociais.

Grupos judaicos também expressaram sua indignação, caracterizando as declarações de Lula como “insensíveis” e “inapropriadas”. O Holocausto é amplamente reconhecido como um dos momentos mais sombrios da história humana, onde milhões de judeus foram brutalmente exterminados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em resposta às declarações de Lula, disse  “Lula desonrou a memória de 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas. Demonizou o estado judeu como o mais virulento antissemita. Ele deveria ter vergonha de si mesmo.”