TRABALHO HÍBRIDO. QUAL A TENDÊNCIA DO MERCADO PARA ESSE ANO? POR ROGER SILVA
Será que as empresas e profissionais chegaram a uma conclusão de qual o caminho mais produtivo e rentável para todas as partes?
Híbrido, remoto ou presencial. Qual ou quais dessas opções as empresas e os colaboradores entendem ser a melhor para mantermos o engajamento e a qualidade nas entregas?
Durante a pandemia fomos obrigados de uma hora para a outra, a nos adaptar e nos reinventar nos métodos e sistemas de trabalho.
Obviamente que ficaram foram dessas adaptações os trabalhos imprescindíveis que não podiam ser exercidos de outra maneira que não a presencial, como os da área da saúde, segurança e alimentação (essenciais), dentre outros.
Na pandemia descobrimos que muitas pessoas já trabalham de forma híbrida ou remota a algum tempo e esses profissionais não sentiram o impacto que muitas pessoas sofreram pois tiveram que de uma hora para a outra, se adaptar dentro de suas casas e manter o convívio sadio entre os familiares, pets e vizinhos e ainda trabalharem, mantendo um padrão mínimo aceitável de qualidade e comprometimento, sem ter uma vontade incontrolável de arremessar alguém pela janela.
Passada essa primeira fase e a sobrevivência de todos, apesar dos inúmeros divórcios e agressões que ocorreram durante esse período, as empresas encontraram as melhores alternativas para darem o suporte necessário aos seus colaboradores e perceberam que podiam fazer uma economia considerável mantendo todos ou o maior número possível de colaboradores trabalhando remotamente.
Muitas empresas aproveitaram para reformarem seus locais de trabalho, outras entregaram os imóveis alugados e algumas até colocaram a venda seus espaços.
É sabido que muitos colaboradores não tinham as mínimas condições de exercerem suas funções remotamente por não terem computadores, linhas telefônicas, internet de qualidade e nem espaço dedicado e exclusivo para trabalharem.
Foi aí que muitas empresas investiram em equipamentos, para primeiro, manterem seus colaboradores na ativa, garantirem que eles não perderiam seus trabalhos e depois, garantirem as entregas nas datas previstas e consequentemente, seus lucros.
O que concluímos nos dias de hoje, é que a qualidade de vida dos colaboradores, trabalhando remotamente, melhorou para uma boa parte deles, pois além de economizarem nos custos de transporte e alimentação, quem planejou bem, conseguiu conciliar os afazeres domésticos e familiares com as demandas profissionais e ainda terem tempo para conviverem com suas famílias, principalmente aqueles pais e mães que pouco viam seus filhos.
Durante os treinamentos online que fiz no período da pandemia, a grande maioria estava contente com o trabalho remoto e torcia para que a empresa não retornasse ao presencial, ou pelo menos, não voltasse 100% presencial.
Poucas pessoas disseram que sentiam falta do convívio presencial, mais por conta dos amigos e colegas, de poder sair para almoçarem fora sem terem que se preocupar em cozinhar e lavar as louças e limpar a casa.
As exceções eram as pessoas que tinham a necessidade de passarem algum tempo sozinhas e usavam o percurso de casa para o trabalho para ouvirem as músicas preferidas e as pessoas que moram sozinhas e sentiam falta do convívio com pessoas e perdiam tempo tendo que preparar suas refeições, lavar a louça e retornar ao trabalho em apenas uma hora.
Mas um dos pontos a questionar é a obrigatoriedade que algumas empresas fizeram de que o colaborador “só” pode trabalhar remotamente se estiver dentro da sua casa, impossibilitando-os de trabalharem remotamente em alguma casa na praia, campo ou qualquer outro lugar que os profissionais se sentissem melhores e mais produtivos.
A questão é, se as pessoas entregam dentro do prazo, com qualidade (às vezes até melhor do que entregavam no presencial), porque não permitir que cada colaborador “escolha” o local onde quer trabalhar?
Muitas pesquisas sobre o trabalho remoto e/ou híbrido mostraram que a grande maioria apoia esse modelo de trabalho e 50% dos entrevistados, entendem que os colaboradores deveriam trabalhar no local onde acreditam serem mais produtivos. E essa é a tendência atual e para o futuro das pessoas e empresas. Muitos preferem pedir demissão se forem obrigados a retornarem ao modelo 100% presencial.
O que impactou bastante no modelo remoto e híbrido, foram os gestores que não conseguiram manter suas equipes engajadas e principalmente não souberam como gerenciar e “fiscalizar” cada um deles.
Mas isso fica para o próximo artigo.
Até lá.