Secretário Ivan Amaral detalha plano de R$ 254 milhões para impulsionar a malha aeroviária de Santa Catarina
Nesta terça-feira (5), o Jornal da Guarujá conversou com o Secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Ivan Amaral, sobre o plano de desenvolvimento para a Rede Estadual de Aeroportos de Santa Catarina. O secretário entregou ao governador Jorginho Mello, na tarde de ontem (4), um documento que estabelece metas e ações para o setor aéreo do estado até 2044. A previsão é de que o governo estadual invista mais de R$ 254 milhões em obras e serviços de infraestrutura em aeroportos estaduais, com uma estratégia dividida em curto, médio e longo prazos.
Segundo Amaral, o *Plano Aeroviário Estadual* foi desenvolvido pelo LabTrans da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que visitou todos os aeroportos da rede. “Esse plano vai balizar, vai dar o norte para todas as ações na malha aeroviária de Santa Catarina. Com ele, a gente sabe onde precisa fazer mais investimentos, seja em aeroportos regionais, locais ou turísticos. Cada aeroporto foi classificado de acordo com as condições de pista, PIB da região e demanda. Foi um estudo socioeconômico muito robusto”, explicou Amaral.
As ações planejadas incluem melhorias nas pistas, balizamento noturno, sinalização e expansão de terminais, entre outras obras de infraestrutura. Segundo Amaral, as intervenções estão organizadas para serem executadas em três fases: cinco, dez e vinte anos, com os aeroportos regionais como prioridade inicial. “Todos vão receber investimentos para que fiquem em condições de receber a aviação comercial, mas nesse primeiro momento, a gente vai investir mais naqueles que são regionais”, disse o secretário, lembrando ainda que o plano aeroviário atualiza uma estratégia que estava defasada desde 1989.
Parcerias e privatizações para fortalecer o setor
Além dos investimentos públicos, o secretário defendeu a participação da iniciativa privada na expansão do setor aéreo de Santa Catarina. “A privatização é essencial. O privado tem mais condições de fazer a gestão de negócios, o que é muito importante. O Estado, no entendimento do governador, precisa atuar como agência reguladora”, afirmou. Amaral ressaltou que a intenção do governo é privatizar o máximo de aeroportos possível: “Correia Pinto já está no foco, e queremos que isso se repita com outros aeroportos do estado, como Jaguaruna, para que se tornem economicamente viáveis.”
Em Jaguaruna, o governo já ajustou o modelo de concessão para atrair maior interesse de investidores. “Na primeira rodada, apenas três empresas se interessaram porque era um processo muito exigente, com o privado responsável pelo alargamento da pista. Agora, o governo vai assumir essa obra e investir até R$ 55 milhões. Isso criou um interesse muito maior no mercado. Agora, temos 11 empresas interessadas em Jaguaruna”, afirmou Amaral. Ele também destacou que o governo vai entrar com um aporte inicial de R$ 10 milhões para a ampliação do terminal e ainda fornecerá uma contraprestação anual de R$ 800 mil para a gestão.
Impulso ao setor produtivo e diversificação dos modais de transporte
Amaral explicou que a criação da Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias, única no Brasil com essa estrutura, foi uma decisão estratégica do governador Jorginho Mello para atender melhor a logística do estado. “A nossa malha aeroviária estava praticamente abandonada. Não se dava atenção aos modais de transporte que não fossem rodoviários. Essa secretaria veio para mudar isso. Agora estamos finalmente olhando para ferrovias e portos também, o que é essencial para o desenvolvimento de Santa Catarina”, destacou.
O secretário enfatizou a importância de uma infraestrutura aeroportuária eficiente para atrair empresas e desenvolver as economias regionais: “Investir em aeroportos regionais não é só para atender voos executivos. Onde tem aeroporto, tem empresário, tem desenvolvimento. O empresário precisa de logística para escoar sua produção e não perder tempo em estradas”, comentou. Ele também mencionou o exemplo do aeroporto de Dionísio Cerqueira, que já está atraindo interesse de empresas: “Temos até sinalização de uma companhia aérea que quer operar lá, justamente por ser uma região de fronteira.”
Amaral acredita que o plano vai gerar ainda mais oportunidades para o setor privado e melhorar a infraestrutura logística do estado, além de trazer benefícios ao setor portuário e ferroviário. “O governo do estado tem que ser um parceiro do empresário. Não é o governo que gera riqueza, mas sim o empresário. Nosso papel é facilitar para que ele possa fazer seus negócios e impulsionar o desenvolvimento de Santa Catarina”, concluiu o secretário.
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