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Saúde mental ao redor da mesa. Por Carina Mengue

Por Carina Mengue26/05/2023 14h25

Olá, espero encontrá-lo(a) bem! Na minha última coluna, em alusão ao Dias das mães, trouxe algumas questões relacionadas aos vínculos afetivos entre mães e filhos, que podem ser conturbados, tóxicos ou negligenciados. Hoje quero aproveitar nossa última temática e já falar sobre família.

De todos os lugares em uma casa, não existe um de maior comunhão e troca do que a mesa. É ao redor dela que nos reunimos com nossa família para as refeições, mas não só isso; é ao redor dela que nos reunimos tanto para confraternizar quanto para decidir coisas fundamentais. Na minha infância as refeições aconteciam sempre ao redor da mesa, com todos da família reunidos. Cada membro da família tinha o seu “lugar” já definido. Na época não tinha celular, ou a TV estava ligada ou conversávamos entre nós. Atualmente com os filhos crescidos, casados, mantemos os hábitos aprendidos da nossa infância em nossos lares, e aos domingos quando todos se reúnem na casa dos meus pais, filhos, genros, netos, só começamos a almoçar quando todos estão a mesa.

Sabemos que essa não é realidade de muitos lares, por inúmeros fatores como, almoçar no trabalho, ou os filhos almoçam na escola, ou os horários de chegada e saída não coincidem ou não existe o hábito.

Sabemos também que o mundo acelerado de hoje consome nosso tempo e energia, faz com que o nosso foco acabe ficando nas obrigações de trabalho e no ganho do dinheiro. Nos enganamos, achando que o não faltar para comer, vestir, aparelhos eletrônicos e alguns poucos passeios são o suficiente, quando na verdade, deixamos faltar o mais importante em nossa família.

O prazer de estar juntos em casa, sentir que é ouvido, aceito e amado é o que faz a diferença. São as coisas simples que promovem a verdadeira felicidade familiar, que faz o alicerce seguro do lar, e um desses caminhos simples e dos mais efetivos para essa reconstrução da estrutura familiar é a volta da reunião da família na mesa para a refeição. Nesse ritual simples, são promovidos recursos essenciais para a vida.

A reflexão que quero trazer hoje é se você procura viver momentos construtivos que gerem crescimento, desde a experiência de tomar um café com a sua família e amigos, até o planejamento dos objetivos da família. Se não conseguimos nos reunir no horário do almoço, mas podemos nos reunir no café da manhã, ou a noite. Há famílias que nem sabem o que é se reunir para fazer uma simples refeição. Lembro-me de uma amiga que quando casou o namorado não tinha mesa em casa, fazia as refeições no sofá. Ela ao ir morar com ele, comprou imediatamente uma mesa. Ao sentar ao redor da mesa, nos aproximamos, conversamos, olhamos nos olhos das pessoas, criamos conexão, construímos histórias. Não existe lugar melhor do que uma mesa para reunir e aproximar as pessoas.

Um excesso de atividades que embora muitas vezes seja necessária e/ou prazerosa tende a preencher um tempo que reduz consideravelmente o tempo da família, tempo de sentar-se à mesa para a refeição em família. Sugerimos que pais e mães avaliem o tempo consumido pelos seus trabalhos, mas também pelas atividades extracurriculares dos filhos, compromissos sociais, responsabilidades laborais, afazeres na igreja, e hábitos como ficar muito tempo na TV, computador, telefone, entre outras coisas da rotina da família. Reorganize a agenda familiar, um pouco de consciência e boa vontade fazem as coisas acontecerem.

Mas você deve estar se perguntando: faz muita diferença Carina se a família não se reuni nas refeições? Sim. A perda desses momentos de “nutrição” da família junto à mesa desencadeia uma série de processos internos que impactam negativamente no desenvolvimento saudável de seus integrantes. Acarreta o rompimento das pontes que ligam pais, filhos e irmãos; a falta de comunicação gera a falta de compreensão e acolhimento; os valores edificantes não são transmitidos e consequentemente brota a sensação de “estranho no ninho”, de “vazio”, de “não pertencimento”, de “falta de propósito na vida” e tudo isso cria as carências, uma dor que mais cedo ou mais tarde gera comportamentos como depressão, ansiedade, medos e inseguranças de todas as ordens, agressividade, compulsões e vícios. A compulsão por comida infelizmente comum nos nossos dias, tem como causa maior a fome emocional, a necessidade de preencher uma carência emocional, mas que na verdade não se preenche com comida. Da mesma forma essas carências emocionais desencadeiam outras compulsões como álcool, outras drogas, Internet, jogos, etc.

Desafio você a promover a volta do simples e essencial, e afirmo, vale muito a pena reconstruir essas pontes rompidas. Construa um ritual de refeição da família na mesa, com a cara de sua família, mas que todos estejam naqueles minutos inteiros uns com os outros, degustando o prato servido, sem a TV ou o celular. Você saberá como propor isso, como uma brincadeira/desafio talvez – TV desligada, celulares juntos em determinado lugar. Os rituais nos ajudam a criar uma identidade familiar e um senso de pertencimento. Ele se transformará em uma tradição que trará grandes benefícios além de ser passado de pais para filhos. De forma muito espontânea é possível aprender e ensinar muito na mesa das refeições. Crie memórias afetivas com sua família.

Desejo bons momentos em família, ao redor da mesa.

Até a próxima!

Meu melhor abraço,

Carina Mengue.

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