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O que você faz quando precisa tomar decisões importantes e difíceis? Por Milena Flor

Por Milena Flor02/01/2023 16h50

Olá, leitores.

Primeiramente, quero desejar um Feliz Ano Novo!

E hoje, diferente dos meus textos sobre empreendedorismo e contabilidade, quero trazer um tema diferente.

O que você faz quando precisa tomar decisões importantes e difíceis?

Decidir nunca é uma tarefa fácil (e é por isso que há quem nunca consiga decidir sobre nada).

Tem um livro do Padre Francisco Faus, chamado “A arte de decidir bem: a virtude da Prudência”.

Com ele aprendi que prudência não se confunde com cautela. Peço licença para transcrever alguns trechos importantes abaixo:

“Muitas pessoas têm uma visão míope: reduzem a prudência à simples cautela. O cuidado para evitar um mal – a cautela – é, algumas vezes, um aspecto da virtude da prudência; mas muitas outras é exatamente o oposto dessa virtude.

Repare que as duas principais palavras que expressam a cautela são negativas: “cuidado” e “não”:

Tome cuidado ao atravessar a rua.

Não saia sozinha à noite.

Não confie nesse seu sócio.

Não se arrisque a comprar uma moto.

Cuidado com o que posta no Facebook.

(…)

Nessa sinfonia cacofônica de “cuidado” e “não”, algumas frases merecem o nome de prudência, mas outras não. Ora, repare que nem uma só delas, nem todas em conjunto são capazes de nos oferecer um ideal de vida. Não apontam para nenhuma realização, nenhuma conquista, nenhuma melhora, nenhuma perfeição.

Ninguém se realiza na base de medos e cautelas. Por isso, o Catecismo da Igreja Católica afirma que a virtude da prudência não se confunde com a timidez ou o medo (n. 1806).

Então, o que é?

Veja como é clara a definição de prudência que nos dá o Catecismo: ‘A prudência é a virtude que dispõe a razão prática a discernir, em quaisquer circunstâncias, o nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizá-lo (n. 1806).”

Portanto, assim como um rio que flui e que acaba desaguando em algum lugar, naturalmente, a prudência também deságua na realização de ações sobre as quais nós precisamos refletir e decidir.

Como o Padre Faus nos ensina, o discernimento vem da necessidade de conhecer e distinguir claramente – limpando confusões mentais – qual é a ação certa que se deve praticar. Mas o discernimento da prudência tem um norte: o nosso verdadeiro bem.

E como ser prudente, afinal? Os quatro atos da prudência, segundo São Tomás de Aquino, são: a) a reflexão; b) o juízo (julgamento de valor e julgamentos práticos); c) a decisão; d) a realização. No livro, Padre Faus dá pistas concretas para conseguir desenvolver esses quatro atos dentro da rotina do dia a dia.

Todas as vezes em que preciso conduzir negociações; mediar conflitos; desenhar estratégias; fazer ou desfazer alguma parceria… procuro seguir esses ensinamentos nas minhas conduções cotidianas.

A maior parte do meu trabalho, hoje, é tomar as decisões difíceis de maneira inteligente e estratégica para o meu negócio; lembrando sempre de que é preciso existir ética, respeito e empatia na condução dos assuntos.

Mas a grande questão é: tomar decisões de maneira prudente é garantia de agradar a todos? É garantia de vida mais fácil? Não. Nem de perto.

Mesmo depois de tomar decisões de maneira prudente, ainda assim, nem todos os envolvidos ficarão contentes. Ninguém vai tornar a sua missão mais fácil. Mesmo fazendo a sua parte, você jamais controlará como as pessoas se sentirão pelas decisões difíceis que você precisará tomar.

Há momentos em que, não importa o que você faça, por mais honesto, empático e prudente que seja, será impossível administrar a maneira como os outros reagirão.

Cada pessoa tem a sua própria maneira de decidir diante da frustração, de não ver os rumos da vida seguindo conforme o seu desejo. E o que você tem a ver com isso, então? Nada.

Então, a moral da história é: seja prudente no único intuito de fazer bem a sua parte e, depois, tenha a firmeza de não tomar para si o que não é seu.

Veja: há muitos que acreditam que precisam se desdobrar ao ponto de perder a própria identidade ou a própria visão do que é certo ou errado apenas para agradar outras pessoas.

Tenha sempre abertura para o diálogo. Escute. Importe-se. Faça algum esforço para acolher o outro, principalmente quando é uma pessoa importante para você.

Mas desenhe limites. Medite objetivamente sobre os acontecimentos. Pratique o discernimento. Seja prudente. Então, decida e aja. E mesmo que esperneiem, seja firme na sua prudência.

Faça uma boa semana e um feliz 2023!

Milena Flor.

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