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Governança é essencial para obter financiamento à transição energética

Evento Radar Pocket em Criciúma destaca SC na vanguarda na legislação e em plano para mitigar emissões; interlocução entre todos os agentes envolvidos é a chave para garantir equilíbrio entre a necessidade de segurança energética, economia e redução de emissões de gases

Por Ligado no Sul21/08/2024 08h30
Foto/Divulgação

A região Sul de Santa Catarina tem a oportunidade de se tornar referência mundial na transição energética justa, que considera a acessibilidade de energias renováveis tanto do ponto de vista da segurança no fornecimento, democratização do acesso e preços acessíveis.

A avaliação é dos especialistas que participaram do Radar Reinvenção – Transição Energética, realizado nesta terça-feira, dia 20, pela Federação das Indústrias de SC (FIESC) em Criciúma. A versão pocket do evento trouxe especialistas para debater os desafios e oportunidades para Santa Catarina na jornada em prol da transição energética.

Para o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, a transição energética é fundamental para o desenvolvimento da economia catarinense e está na pauta das empresas que querem se tornar mais competitivas.

O estado se diferencia por já contar com uma legislação que trata sobre o tema, a Lei 18.330, que estipula uma política de transição energética justa e cria o polo na região Sul catarinense, afirma o Secretário do Meio Ambiente e da Economia Verde de SC, Guilherme Dallacosta. O objetivo da política é impulsionar a economia catarinense para um modelo alinhado às metas climáticas nacionais e internacionais, garantindo a sustentabilidade da economia da região, fortemente vinculada à termelétrica e à extração de carvão.

Potencial do Sul

Nesse cenário, o Sul catarinense se depara com a oportunidades de transformar um passivo histórico em ativos de inovação, geração de novos negócios e atração de investimentos. O presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável, Fernando Zancan, destaca que as soluções passam pelo debate entre todos os agentes envolvidos, já que a transição justa é complexa e demanda aprendizado.

O diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, destaca que a região tem potencial para se tornar referência mundial em transição energética, com o desenvolvimento de um ecossistema robusto, capaz de atender às demandas locais, mas também globais. “O Sul de SC tem a indústria mais diversificada do estado, e estudos da FIESC mostram que o investimento no desenvolvimento de um ecossistema de inovação focado na transição energética traria os maiores benefícios para a região”, avalia.

Para que isso aconteça, no entanto, os especialistas destacam que é essencial que toda a sociedade participe do debate e conheça os impactos da transição energética, para poder cobrar do setor público que os projetos que integram as políticas públicas sobre o tema sejam colocados em prática, que não sejam programas de governo, mas de estado. Na avaliação de Zancan, um bom sistema de governança e apoio do setor público serão imprescindíveis para que se tenha acesso a recursos para financiar iniciativas de captura de carbono, e outras alinhadas com a redução de emissões.

Oportunidades

A demanda crescente por energia, superior ao PIB e ao crescimento populacional não irá permitir que combustíveis fósseis sejam abandonados definitivamente, de acordo com o presidente da SCGás, Otmar Müller. As oportunidades passam pela adoção de combustíveis fósseis mais eficientes, com maior relação hidrogênio/carbono, como o gás natural, e também pelas tecnologias de sequestro de carbono da atmosfera.

O diretor da SIECESC e da SATC, Marcos Zanuz, afirma que a transição energética justa passa pela transição ecológica e também tecnológica. O plano de transição justa para a região, segundo ele, deveria priorizar a indústria de captura de carbono, o desenvolvimento de novos negócios de alto valor agregado e novos usos para o carvão, como fertilizantes.

Para o CEO da Diamante Energia, Pedro Litsek, a indústria catarinense e o próprio Brasil já têm uma matriz energética limpa, com mais de 90% oriunda de fontes renováveis. O país peca, no entanto, no volume de emissões. Capturar carbono e reduzir emissões, segundo ele, pode ser mais fácil e mais barato do que eliminar o uso de combustíveis fósseis.

Entre as alternativas estão investimentos em segmentos como o de florestas plantadas, que desde o plantio até a retirada capturam carbono. O Brasil é o oitavo país em hectares plantados de florestas, com 9,5 milhões de hectares. De toda a área de florestas do brasil, apenas 2% são cultivadas. A Suécia, que tem um território 18X menor, é o quinto país em área plantada, explica Danilo Salvaro, CEO da Salvaro Industrial. “Existe uma oportunidade imensa nesse setor, com o desenvolvimento de novos produtos, como madeira engenheirada”, explica. O material pode ser usado na construção, por exemplo, trazendo mais sustentabilidade também a esse segmento relevante da economia.

Eficiência energética

O presidente da Câmara de Energia da FIESC, Manfredo Gouvea Junior, avalia que um fator importante a se levar em conta nos programas de transição é o custo das iniciativas. Por isso, as indústrias têm se preocupado com a busca pela eficiência energética.

Na indústria cerâmica, segmento em que a energia representa 30% do custo operacional, a necessidade de ser eficiente é uma questão de sobrevivência. Especialmente porque, em um mercado desaquecido como o atual, a competitividade depende disso. Para o CFO do Grupo Mohawk e Presidente do Sindiceram, Leonel Estevam, SC o segmento tem desafios adicionais em SC, entre eles o preço do gás, única alternativa de combustível para os fornos das indústrias. “O gás em SC é 7% mais caro que em São Paulo, onde estão nossos principais concorrentes. A eficiência energética precisa estar na cultura da empresa, precisa ser uma decisão tomada todo o dia”, explica.

No FCO Group, a eficiência energética também é um desafio constante, segundo Santos Zaccaron, gestor operacional e de Energia. As iniciativas para reduzir o consumo de energia começaram pela identificação de desperdícios nas máquinas, e depois passaram pela troca de equipamentos por opções mais eficientes. O passo seguinte foi mudar processos para possibilitar a produção de mais embalagens consumindo menos plástico.

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