Entrevista: Santa Catarina emite alerta vermelho para dengue
O diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do estado João Fuck faz um alerta para que a população redobre os cuidados
A Defesa Civil Estadual emitiu um alerta que classifica o estado com risco muito alto para a doença. De acordo com o último levantamento divulgado pela Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), até 4 de março, já haviam sido confirmados mais de 1,3 mil casos da doença no território catarinense.
De acordo com diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica/DIVE), João Fuck, um novo relatório será publicado hoje, dia 15 e os casos devem passar de 1,7 mil.
Uma morte foi confirmada na região da Grande Florianópolis, onde a maior quantidade de casos foi registrado. “Os casos estão bastante concentrados na Grande Florianópolis, mas não podemos esquecer que há 145 municípios onde tem infestação do mosquito Aedes Aegypti”, destaca João Fuck.
A mudança climática que Santa Catarina vêm vivenciando nos últimos anos, com calor intenso e chuva frequente é sim um fator que ajuda na reprodução do mosquito, mas os hábitos da população com a falta de cuidados e água parada aumentam ainda mais a proliferação da doença no estado. “As pessoas acabam não tendo essa percepção de risco e acabam mantendo locais com água parada em suas casas, locai de trabalho, potinho que está acumulando água que não damos importância, um ralo que não é usado, mas está lá com água, isto está dando condições de reprodução para o mosquito Aedes Aegypti. A gente precisa reforçar muito isso, precisamos que cada um elimine os locais com água parada, olhem em suas residências, em seu locais de trabalho, essa é a melhor estratégia de prevenção e isso que pode fazer a diferença entre a gente voltar a registrar epidemias frequentes aqui to estado”, alerta o diretor da DIVE.
Em 2022, foram registrados 90 óbitos em Santa Catarina, e neste ano, além do óbito confirmado na Capital, mais dois estão em investigação.
João Fuck destaca ainda a importância da hidratação em pacientes com dengue e faz um alerta para a atenção aos sintomas da doença, como febre, dores pelo corpo, dores pelo corpo e manchas na pele. ” Com a presença de alguns desses sintomas é fundamental procurar um serviço de saúde, inclusive evitando a automedicação. Alguns medicamentos podem agravar o quadro de doença, então na presença de sintomas procure o serviço de saúde para que os profissionais faça o manejo clínico correto.
Segundo o diretor da DIVE, a pandemia demandou de muito esforço da população e dos serviços de saúde, o que acabou impactando nas ações de outras doenças, assim como na própria população que acabou focando e lidando com a doença no seu dia-a-dia. “Temos que resgatar isso, temos uma melhora nas condições da COVID-19, até mesmo por conta das vacinas que ajudaram com que a gente chegasse no cenário deste momento, a gente não pode esquecer que há outras doenças acontecendo e a dengue é uma delas”.
Apesar dos alertas do governo do estado através da Defesa Civil, João Fuck lembra que é importante que a população lembre que a dengue já está presente nos municípios e é necessário cuidados e ações no dia a dia para evitar que ele se dissemine ainda mais e traga a transmissão dessas doenças”, ressalta.
O diretor da DIVE informa ainda que o trabalho conjunto com as equipes municipais é importante para ações de enfrentamento.
Além da dengue, o mosquito Aedes Aegypti pode transmitir zika vírus e chikungunya. “Se a gente elimina o foco do mosquito, certamente estamos prevenindo no mínimo três doenças que é a dengue, chikungunya e a zika, finaliza João Fuck.