Diploma não garante emprego. Por Ana Dalsasso
Ensinamos nossos jovens sobre a necessidade de excelência na formação acadêmica para atender as exigências do mercado de trabalho, pois sabemos que há grande diferença salarial entre os trabalhadores com e sem diplomas, contudo é preciso lembrar que a antiga segurança de que o diploma universitário garantiria um bom emprego já não existe. Ele é apenas um passaporte para a entrada na empresa, porque a permanência nela vai depender das habilidades e competências desenvolvidas no decorrer da vida e complementados na escola.
Os grandes diferenciais hoje, atitude e caráter, são desenvolvidos desde a infância. A escola pode até ajudar, mas a família é determinante na preparação do futuro profissional. Os especialistas consideram que apenas 15% do sucesso profissional se deve à formação acadêmica. Os 85% restantes estão ligados a questões comportamentais, como habilidade de lidar com o inesperado, a autonomia e a capacidade de interagir com culturas e pessoas diferentes. E isso é possível ensinar desde cedo. Sabe-se, por exemplo, que crianças cujos pais participam da vida escolar têm melhor rendimento, disciplina e habilidades sociais. O bom pai, hoje, é aquele que consegue ser um bom observador dos seus filhos.
Houve uma época que no mundo corporativo valorizava-se apenas o QI (quociente de inteligência); hoje avalia-se, na mesma proporção, o QE (quociente emocional). Esse conceito foi absorvido pela área de recursos humanos como sendo uma capacidade adquirida que resulta num desempenho destacado no trabalho. O desenvolvimento do ser humano também parte do domínio sobre valores como o autoconhecimento. Em resumo, no mundo corporativo há necessidade de se dar tanta importância ao gerenciamento das emoções quanto às habilidades técnicas. Hoje as grandes corporações, no mundo todo, já verificaram que vale muito mais investir no desenvolvimento emocional de um líder que é capacitado tecnicamente para obter melhores resultados no setor produtivo.
Estudar é preciso, é urgente, é imprescindível…. É necessário se aperfeiçoar, buscar um diferencial, porque de trabalhadores comuns e desempregados que só reclamam da crise, o mundo está cheio. Precisa-se de pessoas que façam a diferença, que sejam proativas, empreendedoras no desempenho de suas funções. Queixamo-nos que estudar é caro, e admito que seja, mas o jovem precisa, às vezes, renunciar às futilidades da vida para investir na sua formação. É preciso estudar, ler, empreender, criar, batalhar, ser diferente para que o mundo abra as portas para o sucesso profissional e realização pessoal. Ser diferente é ter comprometimento, inspirar confiança, ter sonhos, ver a empresa como parte de sua família, ter habilidades no relacionamento interpessoal, enfim, é ser dotado de competência técnica e emocional, ter atitudes. Mas, para isso é preciso muito empenho e dedicação, o que vem faltando aos jovens hoje, iludidos com as futilidades do mundo, levando tudo com “a barriga”.
Portanto, os pais que planejam preparar seus filhos para a vida social e profissional devem aprender a ajudá-los a desenvolver essas aptidões básicas para maximizar o potencial oculto em todo o ser humano.