Dia das Mães. Por Carina Mengue
Dias das mães se aproximando, a segunda data mais comemorada no ano, depois do Natal. Hoje quero aproveitar a ocasião para trazer esse papel de mãe e da família. Uma família existe porque existe uma mãe. Os novos tempos tem configurado diversos formatos de família e, família são laços afetivos construídos entre as pessoas que convivem, e não necessariamente laços sanguíneos. Portando, essa introdução é para você que não tem aquela mãe presente, ou aquela mãe afetuosa ou ainda aquela mãe que tem diversas questões mal resolvidas e gera uma sobrecarga na sua vida. A sociedade coloca os pais em um nível de autoridade como se devêssemos aceitar tudo deles, caso contrário não somos bons filhos. Nossos pais já foram crianças um dia, tiveram suas vivências na infância que construíram quem eles são hoje, assim como também construíram feridas e carências afetivas. E por conta disso, eles falham, as vezes são invasivos, podem ser frios e distantes, podem não ser os melhores conselheiros, podem ser ciumentos ou até exigentes e chantagistas. Digo isso não para que você aceite tudo, mas para que tenha empatia e paciência.
Ninguém age de forma disfuncional intencionalmente, principalmente com as pessoas que amamos. Esse entendimento faz sermos compreensivos, não passivos. Logo, se for necessário dizer não, dar limites, conviver o mínimo necessário para a relação ser saudável, faça isso. Mas a ideia inicial que comecei escrevendo a coluna de hoje não era ir por esse caminho, mas para concluir essa linha, se você tem uma mãe disfuncional, você não precisa ser assim também, seja a diferença, dê amor, tenha paciência, aconselhe ela a buscar ajuda, presenteie ela com algumas sessões de psicoterapia, não espere dela o que ela não tem condições de lhe dar, dê você e ensine que existe caminhos mais macios e doces para essa relação.
Retomando o raciocínio inicial (risos), observo como as mudanças do mundo tem construído um novo jeito de ser mãe. A mulher que no decorrer da história conquistou espaço, independência, empoderamento, o que é tudo muito bom, porém tem feito a mulher se perder e muitas vezes entrar em uma crise interna ao administrar todos esses papéis e, por vezes, negligenciar a maternidade. Na minha prática clínica presencio a correria e a busca incansável de mulheres em dar conta de tudo, sempre na correria, sempre cheia de compromissos, sempre atrasada, desencadeando cansaço, frustração, irritação e falta de paciência e, quando vêm para casa, está cansada. Esse cansaço atinge a sua casa, sua família, seus filhos. O lugar que era para ser aconchego, porto seguro, leveza, se torna caos, cada um na sua individualidade, cada um no seu celular, cada um faz as refeições no seu tempo, no seu canto, moram na mesma casa, mas não convivem, não interagem, não se conhecem. O mais importante não tem: intimidade. A falta de intimidade faz uma família se romper. Muitos casais, pais, filhos e irmãos, apesar de viverem sob o mesmo teto, se tornam completos estranhos uns em relação aos outros. Isso, porém, não pode ser desculpa para negligenciar um tempo de qualidade e intimidade com a família, com seus filhos. Minha mensagem hoje para as mães que estão lendo essa coluna é, edifique o seu lar. Sabemos que o lar funciona através da mulher. É ela que tem a sensibilidade, o cuidado, o servir, a delicadeza que fazem toda a diferença na família. Não existe aqui machismo nem movimento feminista, e sim um conhecimento cientifico que comprova as diferenças biológicas e pontuais do homem e da mulher que desencadeiam habilidades que cada um faz melhor no seu papel.
Você que é mãe, seja uma mãe consciente, saia do piloto automático e viva as experiências presentes do aqui e agora com seu filho. A infância é dez anos, depois eles vão ser adultos o resto da vida. E não podemos voltar no tempo. Tire tempo de qualidade com seu filho, brinque com ele, façam atividades juntos, reserva um dia na semana para vocês, conversem mais, se interesse pela vida dele, escute com atenção quando ele conta as coisas para você, deixe o celular de lado. Faça a sua comidinha de mãe que ele tanto adora, tenha paciência com ele. Ele é o seu aluno da vida, ensine com amor. Se precisar desmarcar compromissos para cuidar dele, faça isso. Se precisar renunciar promoções no trabalho para ter mais tempo com ele, faça isso. Ele precisa da sua presença, para construir memórias afetivas saudáveis que o tornarão um adulto saudável e bem resolvido, e isso nenhum dinheiro no mundo compra.
Feliz dia das mães, que seja cheia de presença e muito afeto.
Até a próxima!
Meu abraço cheio de amor,
Carina Mengue.
Ser mãe é um presente especial que Deus me mandou e ainda o que Eu pedi. Que amor é esse que ajuda , auxilia e protege este presente. Agora entendo que sou um presente para minha mãe muito especial ❣️…