ANEEL altera bandeira tarifária para amarela e contas de luz irão aumentar
Após 26 meses sem alterações, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou que a bandeira tarifária nacional será alterada de verde para amarela neste mês de julho, impactando cerca de 400 mil consumidores em Santa Catarina. Essa mudança é consequência de condições menos favoráveis para a geração de energia no Brasil e implica em um acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos. Com essa alteração, uma conta de luz que seria de R$ 100,00 com a bandeira verde passa a ser de R$ 102,60.
O diretor de Regulação e Gestão de Energia da Celesc, Pedro Augusto Schmidt de Carvalho Júnior, comentou sobre a situação: “Essas bandeiras são um instrumento do governo federal, por meio da sua agência ANEEL, para modular o preço da energia face às oscilações do mercado de geração e de consumo. Estamos tendo um inverno seco no sudeste, com poucas chuvas. A cabeceira dos reservatórios de água das hidrelétricas está com menos capacidade de geração, os consumidores estão consumindo um pouco mais, e temos sentido a necessidade de injetar energia térmica. As usinas termoelétricas, além de muito poluentes, são mais caras. Quando temos muita energia de termoelétrica, o preço é pressionado para cima.”
Para o setor industrial, o impacto do acréscimo médio de 0,018% por kWh é percebido de maneira mais significativa. “Fomos surpreendidos agora com essa decisão, já vigente a partir de julho, e isso obviamente traz um aumento imediato de custos para a indústria, nos chamando à reflexão sobre pontos importantes. Primeiro, a necessidade de uma previsibilidade, ou seja, de uma comunicação mais prévia, bem como a discussão sobre a necessidade de investimento em energias renováveis, principalmente na parte da energia hidroelétrica, para que possamos evitar, em momentos importantes de retomada da economia, enfrentar mais esse custo. Hoje, imaginamos um aumento médio de 3%, mas esse número ainda precisa ser revisado. Para a indústria, é extremamente relevante”, destacou Manfredo Gouveia Júnior, presidente da Câmara de Assuntos de Energia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
O diretor de regulação da Celesc, ressaltou que não há uma data definida para a reversão da bandeira tarifária: “A Celesc e o governo do Estado de Santa Catarina não conseguem interferir no uso ou não da bandeira. A ANEEL faz essa revisão mensalmente, observando os volumes hídricos, as previsões de chuva e os volumes de consumo. Ou seja, pode ser que no mês que vem, se chover mais no sudeste, essa bandeira seja retirada. Essa revisão é constante.”