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Pedras nos rins em crianças existe? Por Dr Rafael De Conti

Por Rafael De Conti19/03/2024 14h26

A litíase (pedras) em crianças é uma condição que envolve a formação de pedras ou cálculos nos rins ou na bexiga. Isto pode ser uma doença dolorosa e perigosa, caso não tratada adequadamente. Embora raro em crianças, temos notado um aumento de casos nos últimos anos, senso mais comum nos meninos e mais frequentes em famílias com predisposição genética.

A prevalência e a composição dos cálculos variam conforme as regiões do mundo devido a fatores climáticos, dietéticos, genéticos e socioeconômicos. Estima-se que 1 a 5% das crianças irão apresentar cálculos urinários durante a vida. A incidência é maior em países ocidentais (Europa 5 a 9%, América do Norte 12 a 15%) do que nos países orientais (5%). Em regiões específicas, como Oriente Médio e Norte da África, existe uma incidência muito maior, chegando a 10-20%. O contexto local com elevadas temperaturas e clima seco leva a maior desidratação, que se acredita estar associado a formação de cálculos em habitantes dessas regiões.

E quais são os FATORES DE RISCO? Algumas más-formações urológicas favorecem o desenvolvimento de cálculos devido a estase e mal funcionamento do sistema urinário, levando a infecções e formação dos chamados CÁLCULOS CORALFIFORMES (pedras que parecem corais do oceano, que ocupam toas as cavidades dentro dos rins). A OBESIDADE INFANTIL  provavelmente contribui para o aumento dos cálculos em crianças, mas o principal fator envolvido é a BAXIA INGESTA HÍDRICA E AUMENTO DA INGESTÃO DE SÓDIO,  que leva ao aumento da excreção de cálcio na urina, também favorecendo a formação de cálculos.

Trabalho de parto prematuro, baixo peso ao nascer e internação em UTI estão associados ao uso de medicamento que agridem os rins e diuréticos, que aumentam o risco de cálculos e doenças crônicas intestinais associadas a maior absorção de oxalato.

Diferente dos adultos que têm dor nos flancos que se irradia para a virilha e genitália, as crianças, principalmente as MENORES DE  DE 5 ANOS, tem DOR ABDOMINAL INESPECÍFICA, podendo ser abdominal, pélvica, suprapúbica ou em flancos. Podem também ter sintomas de infecção urinária. Pode ocorrer SANGRAMENTO URINÁRIO.  Em crianças na fase de amamentação pode ser confundida com a “cólica do lactente”.

Perdas na bexiga e no ureter inferior podem causar dor ao urinar, enurese que é a incontinência urinária do sono, aumento da frequência miccional, retenção urinária e, às vezes, febre.

O diagnóstico definitivo da litíase urinária se baseia em exames radiológicos, incluindo o RX, o ultrassom e a tomografia computadorizada.

Nas crianças que tem cálculos, 80 a 85 % tem distúrbios metabólicos, sendo que sempre temos que fazer estes exames nas crianças, que são doenças onde há maior excreção de produtos formadores de cálculos na urina.

E qual é o tratamento para estas crianças? Inicialmente sempre o tratamento conservador, evitando-se cirurgia, com uso de analgésicos e antiespasmódicos, assim como anti-inflamatórios. O uso de opiáceos como morfina também tem bom resultado analgésico. Usamos também antieméticos para conter as náuseas e os vômitos. A eliminação dos cálculos urinários geralmente se resolvem de forma espontânea. Caso os sintomas piorem, é necessário o tratamento cirúrgico.

Quando a criança persiste com sintomas de dor intensa ou o quadro apresenta sinais de obstrução do trato urinário, é imperativo o tratamento cirúrgico, com desobstrução da via urinária. O tipo de cirurgia depende da localização e tamanho do cálculo, abaixo os principais procedimentos realizados pelo urologista:

– LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA: fragmentação dos cálculos por ondas de choque, com taxas de 65% a 85% de sucesso em crianças.

-URETERORRENOLITOTIPSIA:  o urologista entra com endoscópio no sistema urinário, chamado ureteroscópio, visualiza a pedra e com uma fibra de laser quebra a pedra em pequenos fragmentos.

-NEFROLITOTRIPSIA PERCUTÂNEA: em casos de cálculos renais grandes ou coraliformes, o urologista faz um acesso pela região lombar até o rim, por onde entra com uma câmera, chamado nefroscópio. Visualiza a pedra, quebra e retira em pequenos fragmentos

-VIDEOLAPAROSCOPIA E ROBÓTICA: é utilizada em caos muitos específicos em crianças, como cálculos que estão no ureter superior.

 

 

 

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