Investir em treinamento vale a pena? Parte 02. Por André Merino.
Ao lembrarmos do caso da clínica, citado no artigo anterior, tenho certeza de que as duas atendentes sabiam o que era e como realizar um bom atendimento, mas não enxergavam o significado de fazê-lo.
É comum ouvir, nas empresas em que desenvolvo treinamentos, colaboradores reclamando por falta de reconhecimento por parte da empresa. Em alguns casos, em que tenho oportunidade, pergunto o porquê essas pessoas acham que deveriam ser reconhecidas. Os motivos mais relatados são:
- Nunca tive um atraso;
- Nunca faltei ao serviço;
- Cumpro minha jornada de trabalho;
- Faço tudo o que está previsto no meu cargo;
- Nunca desrespeitei ninguém no ambiente de trabalho, entre outros.
Todos esses motivos citados são obrigações que constam no contrato de trabalho, na política de RH e/ou nos manuais de trabalho. O cumprimento desses itens é, no mínimo, o que se espera de um bom colaborador. O pagamento do salário pela empresa já é uma forma de reconhecimento por esse “acordo” feito previamente.
Não satisfeitos, emendam: Mas eu quero mais!
A empresa também. Se você quer receber mais, tem que oferecer mais.
Conheci, na minha carreira, muitos profissionais com grande experiência, muito conhecimento e muita habilidade na sua área, mas extremamente acomodados, ou seja, sem atitude alguma. Uma pessoa com muita atitude é capaz de buscar o conhecimento e a habilidade que não tem.
Aí vem a pergunta: que tipo de treinamento devemos priorizar, o técnico ou o comportamental?
A resposta correta é: os dois. Um completa o outro. Estudos estatísticos nos mostram que as pessoas são contratadas nas empresas pelo conhecimento e habilidade que possuem, mas demitidas pelo comportamento apresentado. Desta forma, podemos concluir que os dois tipos são importantes e que devem ser constantes na empresa.
Algumas empresas ainda são muito reticentes aos resultados do investimento em treinamentos, principalmente por medo de perder o colaborador treinado. Segundo Zig Ziglar, “Pior que treinar um funcionário e vê-lo partir para a concorrência, é não treinar e mantê-lo na empresa”. Lembre-se que são os seus colaboradores que vendem o seu produto/serviço, são eles que mantêm contato direto com o seu cliente e, principalmente, são eles que representam a sua marca. Pelo mau atendimento proporcionado pela sua empresa, serão os clientes que migrarão para a concorrência.
Vivemos um momento de constantes mudanças e para que a empresa seja competitiva, se faz necessário acompanhá-las de forma criativa e inovadora, gerando oportunidades de desenvolvimento e crescimento.
O acesso à informação e tecnologia não é mais um diferencial e sim o valor agregado aos resultados das empresas, pelas pessoas, com o uso desses dois recursos.
Todos os alunos de um curso universitário recebem as mesmas informações em classe, mas cada um decide o que fará com elas após as aulas, decidem se essas informações se transformarão em conhecimento (considerando que conhecimento é a informação aprendida), agregando valor a alguma coisa ou alguém.
Treinamento não é custo, é investimento. Capacitar os colaboradores tem como retorno resultados melhores. “O maior benefício do treinamento não vem de se aprender algo novo, mas de se fazer melhor aquilo que já fazemos bem” (Peter Drucker).
No mercado competitivo em que vivemos melhoria contínua não é diferencial, é sobrevivência.
Então eu te pergunto: vale a pena investir em treinamento?
Pense nisso!
André Merino
Críticas e/ou sugestões pelo e-mail: [email protected] ou WhatsApp: (13) 99799-8484.
@andremerino06 e @podcastdespertandoinsights