Decidir pela contratação de um novo colaborador nem sempre é uma tarefa fácil. Mas essa dificuldade acontece, na maioria das vezes, devido à falta de preparo e conhecimento das técnicas de Recursos Humanos do entrevistador. Decidir sobre a contratação de alguém “desconhecido”, com quem teremos que conviver diariamente, é realmente uma decisão difícil.

Contudo, independente de contratar certo ou não, uma coisa é certa: seja quem for a pessoa contratada, esta deverá “vestir a camisa” e entregar os melhores resultados. Mas será que estamos contratando as pessoas certas?

Certa vez, conversando com um empresário, dono de um comércio na minha cidade, lhe fiz a seguinte pergunta: Como é que você faz a tua entrevista?

– “Eu olho o currículo do candidato ou candidata, onde estudou, em quantas e quais empresas trabalhou, se possui os pré-requisitos técnicos necessários e, principalmente, pergunto se ele ou ela quer, realmente, trabalhar na minha empresa ou se pretende sair lá na frente, me deixando na mão”.

Depois emendei outra pergunta: E se essa pessoa tiver um sonho, como por exemplo, de se formar em engenharia, medicina ou qualquer outra área que não possua aderência ao seu comércio?

Sem hesitar disparou: “eu não posso contratar alguém que vai me deixar depois de quatro ou cinco anos”!

É preciso refletir se queremos contratar pessoas para, simplesmente, vender um produto ou serviço ou para entregar a melhor experiência possível na venda destes produtos ou serviços.

Eu penso justamente o contrário desse empresário citado. A primeira pergunta que eu faria numa entrevista, seria: Qual o seu sonho? Como você se imagina estar daqui a quatro ou cinco anos?

Dependendo do tamanho e da dificuldade da realização desse sonho, a minha segunda pergunta seria: o que e como você vai fazer para conseguir realizar esse sonho?

Na minha percepção, essa é a resposta chave. Se, na resposta, eu perceber que ele ou ela deseja muito alcançar esse objetivo, tem gana, intensidade e, principalmente, brilho nos olhos, eu quero essa pessoa trabalhando na minha empresa.

Eu não quero pessoas que dizem querer ficar comigo a vida inteira, numa zona de conforto, e depois se tornarem acomodadas.

O empresário não pode ter a pretensão de achar que alguém vai ficar a vida inteira com ele, porque não vai.

Eu tenho que trazer pessoas para a minha empresa que, no período que ficarem comigo, elas estejam engajadas e entreguem o máximo que puderem.

Pessoas que lutam para realizar grandes sonhos têm muita sede e quando alguém tem sede o que nós damos? Água!

Pessoas assim devem ser estimuladas a terem sede sempre, de forma que a sua empresa seja o “bebedouro” dessas pessoas. Para que realizem os seus sonhos, precisarão de combustível para seguirem no caminho, então, seja o combustível que elas precisam.

Enquanto estiverem na sua empresa, desafie-as, estimule-as, extraia o máximo que puder e elas vão dar retorno, vão se dedicar, pois elas possuem um propósito e esse propósito as levará em direção a realização dos seus sonhos.

Então eu te faço uma última pergunta: Você sabe quais são os sonhos dos seus colaboradores?

Pense nisso!

André Merino.

www.andremerino.com.br