Cineclube itinerante promove sessões gratuitas com filmes nacionais em cidades do Sul de SC
Cine Desvioz segue até dezembro com ao menos mais seis encontros em Tubarão e Gravatal
Democratizar o acesso a filmes nacionais para além do circuito comercial e fomentar discussões e reflexões coletivas a respeito de temas sociais tratados nas obras. Com esse objetivo, o Cine Desvioz, cineclube itinerante criado por um coletivo de produtores culturais de Laguna, está levando cinema de graça a cidades da região Sul catarinense. O projeto, iniciado em maio deste ano, já realizou quatro sessões em Tubarão e Gravatal, e promoverá pelo menos mais seis encontros até o mês de dezembro. O próximo será novamente em Tubarão, no dia 12 de setembro, com dois filmes de temática indígena: “A Musicalidade do Povo Guarani M’Byá” e “Tape Porã Arandu”.
“A Musicalidade do Povo Guarani M’Byá”, da diretora indígena Édina Barbosa Farias, apresenta a importância da música no cotidiano do povo por meio de gravações de performances e depoimentos. Já “Tape Porã Arandu” conta a história do povo Guarani Mbya, e sua expulsão do território entre as cidades de Cunha Porã e Saudades, no Oeste catarinense. A exibição será no Museu Ferroviário de Tubarão, a partir das 19h.
Idealizado e executado pelo Desvioz Produções, o Cine Desvioz é realizado com recursos provenientes do Prêmio Catarinense de Cinema, edição Paulo Gustavo 2023, por meio da Fundação Catarinense de Cultura e Governo do Estado de Santa Catarina.
Djin Sansa, coordenador geral do projeto, explica que a ideia é acessar parte da rica produção cinematográfica brasileira para fomentar novos públicos e provocar reflexões a partir de diferentes perspectivas de mundo. “Propomos que o cineclube seja um lugar onde pessoas com diferentes idades, percursos formativos e histórias de vida reúnem-se motivadas pelo interesse de imaginar coletivamente outros caminhos possíveis para a transformação social das realidades nas quais estão inseridas”, comenta.
Além de “A Musicalidade do Povo Guarani M’Byá” e “Tape Porã Arandu”, os outros filmes selecionados para o cineclube foram “Pixo”, “Aguada”, “Tem boi na trilha”, “Antonieta”, “A morte branca do feiticeiro negro”, “Solmatalua” e “Eglê”. Direito à moradia, questões raciais, trabalho na era da uberização, consumo e poluição, cultura e arte, questões ligadas a gênero, questões ligadas às populações historicamente vulnerabilizadas e novas tecnologias foram os temas priorizados pela curadoria.