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Setembro Amarelo: neuropsicopedagoga destaca importância da prevenção e fala sobre sinais silenciosos do suicídio

Por Ligado no Sul29/09/2025 12h00
Foto/Redação

Na manhã desta segunda-feira (29), o Jornal da Guarujá recebeu Ana Maria Auta Silva, neuropsicopedagoga do Neuro Treinar Espaço Neuropsicopedagógico. Durante todo o mês de setembro, o programa aborda o Setembro Amarelo, campanha dedicada à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental.

Ana Maria reforçou que, apesar de os números sobre suicídio ainda serem preocupantes, houve avanços significativos na conscientização e prevenção nos últimos anos.

A especialista explicou a origem da campanha nos Estados Unidos, em 1994, baseada na história de um jovem de 17 anos que restaurava um Mustang amarelo e acabou tirando a própria vida.

“Esse rapaz tinha um hiperfoco em restaurar carros antigos, em especial o Mustang amarelo. Ele não demonstrava sinais de tristeza ou depressão; era um jovem alegre. Por isso chocou tanto a região onde morava. No funeral, a família distribuiu fitinhas amarelas, e daí surgiu a data de conscientização ao suicídio”, explicou.

No Brasil, a campanha foi adotada oficialmente em 2003, em resposta ao aumento do número de suicídios e à mobilização de entidades médicas e psiquiátricas.

Os sinais silenciosos

Para Ana Maria, identificar os sinais de risco é um dos maiores desafios no combate ao suicídio, já que nem sempre os comportamentos são evidentes. Ela observou que pessoas alegres e ativas podem estar enfrentando sofrimento interno profundo.

“Nem sempre o suicida é uma pessoa depressiva ou que dá sinais óbvios. Muitas vezes ele é alegre, ativo, e não demonstra sofrimento. Esse é o maior desafio: entender a mente humana”, disse.

A especialista destacou que profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros são particularmente vulneráveis, devido ao preconceito e à vergonha de admitir problemas emocionais.

Ana Maria acrescentou que pessoas neurodivergentes, como indivíduos com TDAH ou Transtorno do Espectro Autista, também apresentam risco elevado.

“Os maiores suicidas hoje também no Brasil, além da área da saúde, são pessoas neurodivergentes, muitas diagnosticadas tardiamente. A dificuldade de interação social e de se enquadrar no padrão que a sociedade exige aumenta esse risco”, alertou.

Segundo ela, aproximadamente 30 pessoas cometem suicídio a cada minuto no mundo. Para a neuropsicopedagoga, conscientizar a sociedade sobre neurodivergência e saúde mental é essencial para reduzir o isolamento e o estigma.

“Muitas vezes a pessoa é a ‘engraçadinha’ da turma, sempre fazendo piada e demonstrando uma alegria que não tem. Isso pode ser um escudo para esconder vergonha ou dor”, disse.

Mudanças sociais e aumento dos transtornos

Ana Maria explicou que os transtornos mentais sempre existiram, mas hoje são mais diagnosticados graças ao avanço da ciência. Ela também apontou fatores sociais que agravam o quadro, como redes sociais, padrões de consumo e competição profissional:

“É um conjunto de fatores. O excesso de telas contribui, os padrões impostos pela sociedade contribuem. O preconceito também. Hoje há mais cobrança e competição, em qualquer área profissional. Essa aceleração da vida contribui para quadros de ansiedade e depressão”, afirmou.

Ela ressaltou ainda que, no passado, casos de suicídio eram tratados como tabu, sendo escondidos por vergonha.

“As famílias escondiam os casos por vergonha. Hoje temos mais informação, mas ainda falta compreensão da dor do outro”, disse.

A neuropsicopedagoga alerta os familiares sobre mudanças comportamentais que podem indicar sofrimento emocional, como oscilações de humor, isolamento social e perda de interesse pelo autocuidado.

“O humor é um dos principais sinais. A falta de vontade de trabalhar, de se alimentar, de se cuidar esteticamente… Tudo isso pode indicar que algo está errado”, alertou.

O papel da neuropsicopedagogia 

Segundo Ana Maria, a neuropsicopedagogia ajuda as pessoas a compreenderem seus gatilhos emocionais e desenvolverem o autoconhecimento.

“Você domina seu cérebro, não é o seu cérebro que domina você. A gente ajuda o paciente a entender o que aciona os sentimentos ruins, de tristeza, de apatia. Já a terapia com psicólogo trata a demanda emocional, e o psiquiatra entra com a medicação, se necessário.”

Ao final, ela deixou um recado às pessoas que estejam enfrentando sofrimento emocional:

“Está tudo bem não se sentir bem. Procure ajuda agora, imediatamente. Procure uma pessoa de confiança, um profissional da área que entenda suas emoções. Não é o fim do túnel. A vida segue. É possível superar.”

Para conhecer mais sobre o trabalho da neuropsicopedagoga Ana Maria Silva, obter dicas sobre saúde emocional ou agendar uma consulta, o contato pode ser feito pelo Instagram @neuro_treinar ou no consultório localizado na Rua Aristiliano Ramos, 143, sala 402 , no centro de Orleans

Confira entrevista completa

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