Santa Catarina alerta para aumento da infestação do Aedes aegypti com chegada da primavera

A chegada da primavera e a aproximação dos meses mais quentes do ano reacendem a preocupação com as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em Santa Catarina. Segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado, mais de 54 mil focos do mosquito já foram identificados em 2025, e 183 dos 295 municípios catarinenses são considerados infestados.
As arboviroses transmitidas pelo mosquito, como dengue, chikungunya e zika causaram 24 mortes no estado neste ano, sendo 20 por dengue e 4 por chikungunya. Apesar disso, houve uma redução significativa em relação a 2024. Para o diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, João Fuck, a diminuição nos números não elimina os riscos.
“Este ano tivemos uma redução de cerca de 90% nos casos prováveis de dengue em comparação a 2024, mas ainda estamos falando de 20 a 25 mil pessoas afetadas. Também registramos uma queda importante no número de óbitos, igualmente na faixa dos 90%, mas ainda existem casos fatais confirmados”, explica Fuck.
O diretor ressalta, no entanto, que outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti seguem em crescimento. “Se olharmos para a chikungunya, que provoca dores articulares intensas, tivemos um aumento de mais de 500%. Foram mais de 800 casos confirmados e, neste ano, registramos os primeiros quatro óbitos pela doença em Santa Catarina. Isso mostra que o mosquito continua presente e pode transmitir diversas enfermidades, reforçando a necessidade de manutenção das ações preventivas.”
A infestação do Aedes aegypti já atinge todos os municípios do Extremo Oeste e Oeste, grande parte das regiões Norte e Vale do Itajaí, além de diversas cidades do Meio Oeste, Planalto Norte, Grande Florianópolis e Litoral Sul.
O diretor estadual reforça que o governo mantém ações preventivas contínuas, incluindo pactuação de diretrizes estaduais, atualização do plano de contingência, capacitação de municípios e intensificação das campanhas de comunicação e conscientização. “Estamos mobilizados para evitar que, com a volta das condições climáticas favoráveis, aumento das temperaturas e chuvas mais intensas, haja um crescimento ainda maior do mosquito e, consequentemente, dos casos das doenças transmitidas por ele”, alerta Fuck.