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Nem tudo que é rápido é inteligente: o perigo da geração CTRL+C. Por Vanesa Bagio

Por Vanesa Bagio02/05/2025 15h00
Foto/Banco de imagens Freepik

Vivemos uma era onde o pensamento ágil é valorizado, mas nem sempre compreendido em sua profundidade. Como psicóloga, observo com preocupação o crescimento de um comportamento cada vez mais comum: o consumo rápido e sem interpretação de informações, ideias e soluções emocionais. É o que chamo de “efeito Ctrl+C” — uma mentalidade que copia o conteúdo alheio, sem o devido processo de reflexão ou elaboração pessoal.

Essa pressa em obter respostas prontas tem custado caro à saúde mental. Estamos formando indivíduos cada vez mais reativos, com baixa tolerância à dúvida e pouca capacidade de sustentar uma opinião própria. A inteligência, no entanto, não se limita à memorização de dados ou à repetição do que já foi dito. Ela se revela na capacidade de pensar com profundidade, questionar, elaborar emoções e produzir sentido a partir da experiência vivida.

A geração ao qual chamo de “efeito Ctrl+C” corre o risco de se tornar funcionalmente inteligente, mas emocionalmente empobrecida. Porque inteligência verdadeira exige tempo, presença e autoria. E isso não se copia — se constrói.

A inteligência artificial pode e deve ser uma aliada. Mas nunca uma substituta da criatividade humana, da escuta interna, da ética e da sensibilidade. Caso contrário, corremos o risco de trocar autenticidade por velocidade. E nesse jogo, o preço é alto: perdemos não só o pensamento próprio, mas a conexão com o que nos torna humanos.

Nesse contexto, as leituras saudáveis e bem escolhidas se tornam um verdadeiro ato de resistência. Livros que promovem reflexão, que estimulam o autoconhecimento e a empatia, são poderosos aliados na construção da inteligência emocional. Ao ler, ativamos áreas do cérebro que nos conectam com sentimentos, com a perspectiva do outro e com nossa própria história. Diferente do consumo superficial de conteúdos rápidos, a leitura profunda nos ensina a pausar, refletir e integrar experiências — habilidades essenciais para lidar com as emoções de forma madura e consciente.

Em tempos de algoritmos rápidos e respostas automáticas, é urgente lembrar: a inteligência artificial pode até acelerar processos, mas é a inteligência emocional que sustenta relações, escolhas e propósito. O equilíbrio entre as duas é o que define não apenas um profissional preparado, mas um ser humano consciente de si e do mundo.

Fique bem!

 

Siga @vanesabagio.psi para buscar mais informações e lembre-se: “Sua saúde mental importa tanto quanto qualquer outra área da sua vida.”

 

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