A programação da Rádio Guarujá ganhou nesta segunda-feira (7) um reforço de peso para ajudar a população a entender melhor seus direitos: foi ao ar a estreia do quadro “Simplificando a Previdência”. O objetivo é levar informações precisas, em linguagem acessível, sobre aposentadoria e outros temas ligados ao INSS com os advogados Charlene Cruzetta e Marcos Antônio Durante Bussulo, especialistas em Direito Previdenciário e sócios no escritório Bussulo & Cruzetta Advogados Associados.

“Estamos bem felizes com o quadro e acredito que a gente vai conseguir contribuir muito. Atuamos exclusivamente na área previdenciária há mais de 15 anos, então temos uma bagagem grande de conhecimento para compartilhar”, disse Charlene.

A proposta do novo quadro é explicar, de forma clara e direta, temas que afetam a vida de praticamente todos os trabalhadores brasileiros, mas que ainda geram muitas dúvidas. “Esse quadro nasceu com um propósito bastante simples: trazer informação certa e objetiva, sem enrolação. Nosso objetivo é que as pessoas entendam”, explicou Marcos.

Além das inserções diárias, nas edições das 7h, 12h e 18h, os advogados também estarão ao vivo nos estúdios da rádio toda primeira segunda-feira do mês, para conversar sobre temas específicos e interagir com os ouvintes.

Questionados sobre o motivo pelo qual a previdência gera tantas dúvidas, Charlene explicou que “ela muda muito, tem modificações constantes na lei. Quando a pessoa começa a entender uma regra, logo vem outra diferente. Isso gera muita confusão e insegurança”.

Marcos complementou com uma situação atual que preocupa: “Está se discutindo a questão do MEI, que paga apenas 5% do salário mínimo e acaba tendo praticamente todos os benefícios da Previdência, exceto aposentadoria por tempo de contribuição, que é regra específica. Isso pesa para a Previdência, que hoje paga cerca de 40 milhões de benefícios. Nos últimos dois anos, aumentou mais de um milhão de benefícios assistenciais, o que representa um crescimento de 22 a 23%. Isso tudo tem impacto”.

O quadro também aborda as mudanças na forma como a aposentadoria poderá ser conquistada, principalmente para as novas gerações. “O trabalhador de hoje tem muitas dúvidas porque existem profissões que ainda nem surgiram. O cenário está caminhando para que se torne mais difícil conseguir a aposentadoria, até porque a expectativa de vida está aumentando e algumas gestões governamentais não refletem a realidade da previdência”, ponderou Marcos.

Ao explicar o que é planejamento previdenciário, Charlene destacou que “não significa só planejar a aposentadoria no INSS. É pensar em um Plano B, para o caso da previdência pública quebrar. Talvez o contribuinte direcione uma parte para a previdência privada, por exemplo. A gente não tem bola de cristal, mas sabemos que o cenário é de incertezas, então é importante estar preparado”.

Aposentadoria rural e tempo especial

Como a região de Orleans tem grande número de trabalhadores rurais, uma das dúvidas mais recorrentes é sobre a possibilidade de comprovar tempo no campo. “Aqui na nossa região é bem comum. É o tempo especial rural. A gente consegue comprovar com certidão de nascimento, histórico escolar do interior, bloco de produtor, testemunhas. Ainda se usa bastante”, afirmou Charlene.

Sobre aposentadoria especial, tema que preocupa profissionais de áreas de risco, Marcos explicou as regras atuais. “Continua valendo a aposentadoria especial. Exige 15, 20 ou 25 anos de exposição habitual e permanente a agentes nocivos, dependendo da atividade. Por exemplo, mineração em subsolo são 15 anos, trabalho com amianto eram 20 anos. Para outras atividades especiais são 25 anos, como para médicos, enfermeiros, dentistas, veterinários, que têm contato com agentes biológicos, químicos e físicos (como ruído e calor).  Há também a possibilidade de conversão de tempo especial em comum para o período anterior à reforma de 2019, mediante aplicação de um fator, que varia conforme o gênero. Além disso, existe a nova fórmula de pontuação (86 pontos), que soma idade e tempo de atividade para aposentadoria especial”.

Conheça seus direitos de forma fácil e clara

No dia a dia do escritório, Charlene contou quais são as dúvidas mais frequentes que chegam dos clientes. “Muitas pessoas não conhecem os termos e a gente precisa começar do começo para explicar. A maioria quer saber quando vai se aposentar, se já tem direito, como aproveitar o tempo rural, questões de pensão por morte, se é vitalícia, conversão de tempo especial, aposentadoria por invalidez, auxílio acidente (…). As dúvidas são das mais simples às mais complexas”.

Por isso, a proposta é simplificar a linguagem jurídica usada pelos advogados. “A gente sempre teve o propósito de ser o mais simples possível. Isso nos diferencia. Às vezes o advogado fala difícil demais e o público não entende. A gente quer que a pessoa entenda o que estamos dizendo”, reforçou Charlene.

Segundo Marcos, essa clareza ajuda inclusive as pessoas a buscarem seus direitos. “Quando a gente entende, começa a correr atrás. Por isso esse trabalho de comunicação é tão importante. A gente quer reforçar nosso compromisso de trazer uma informação simples e objetiva para as pessoas”, finalizou Marcos.

Na segunda-feira, 4 de agosto, a dupla retorna ao estúdio da Guarujá para o primeiro bate-papo especial do mês, com um tema aprofundado. Até lá, os ouvintes podem acompanhar os quadros diários na programação da rádio.

Confira!

Diante da intensa onda de frio que atinge a região, a Prefeitura de Orleans está ampliando as ações da Campanha do Agasalho 2025. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Assistência Social e pelo Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), com o apoio de instituições públicas e privadas do município. Uma das necessidades mais urgentes de momento é para roupas infanto-juvenil masculinas, para pessoas de 10 a 16 anos.

As roupas de inverno, calçados e cobertores em bom estado estão sendo destinados a famílias em situação de vulnerabilidade social atendidas pelo CRAS, pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV João Paulo II), que atende crianças e adolescentes de 6 a 16 anos.

“Vivemos em uma região onde o inverno é rigoroso, e sabemos que muitas famílias enfrentam dificuldades para se proteger do frio. Por isso, fizemos um apelo para aquecermos vidas com solidariedade. Vamos mostrar, mais uma vez, que Orleans é uma cidade solidária e que cuida dos seus”, afirmou a secretária de Assistência Social, Rosana Bertoncini Quarezemin.

Conforme a assistente social e coordenadora do CRAS, Ana Maria Figueredo, na primeira semana da campanha, mais de 40 famílias já foram atendidas. As doações são recolhidas semanalmente e encaminhadas ao CRAS, onde passam por triagem e organização antes de serem distribuídas conforme a necessidade de cada grupo familiar.

Caixas personalizadas com o cartaz da campanha estão disponíveis em pontos estratégicos da cidade. Os locais de arrecadação incluem as secretarias municipais de Assistência Social, Agricultura, Educação, Infraestrutura e Saúde; os departamentos de Esporte e Turismo; as Unidades Básicas de Saúde; as empresas Plazsom e Gráfica Lelo; as rádios Cultura e Luz e Vida; as instituições de ensino Meta, Unibave e o Centro Acadêmico de Psicologia; além da Câmara de Vereadores, Conselho Tutelar e o Grupo Jovens de São Francisco.

Durante entrevista ao Jornal da Guarujá na manhã desta segunda-feira (7), a deputada federal Julia Zanatta (PL) comentou os dados do Censo 2022 que apontam Santa Catarina como o estado com maior crescimento populacional do país. A parlamentar reconheceu os bons indicadores que atraem pessoas de outras regiões, mas também expressou preocupação com o impacto desse aumento sobre os serviços públicos e a estrutura do estado.

“É uma alegria saber que o nosso estado é procurado pelos seus bons números. Temos uma boa qualidade de vida, segurança, os serviços públicos funcionam, então as pessoas acabam procurando Santa Catarina por isso”, afirmou. No entanto, ela ponderou: “Só que isso traz consequências. Vaga em creche não dá em árvore, vaga no SUS também não. Então, os nossos serviços acabam pressionados.”

Zanatta lembrou que Santa Catarina contribui significativamente para a arrecadação federal, mas recebe pouco em retorno. “A cada R$ 100 que a gente manda para Brasília, volta R$ 10. Eu costumo dizer que somos roubados por Brasília”, disse, ao destacar a necessidade de revisar o pacto federativo.

A deputada comentou ainda uma declaração sua durante uma live que gerou repercussão nacional. “Eu falei o óbvio: não pode sair de um estado governado pela esquerda, que está ruim, vir buscar emprego aqui, onde as coisas funcionam, e querer votar na esquerda de novo”, disse. “Se vier pra contribuir, pra trabalhar, pra manter e preservar nossas raízes e tradições, será bem-vindo. Agora, se for pra fazer arruaça e querer mudar o nosso jeito de viver, melhor ir pra outro estado.”

Para ela, o aumento populacional também deve ser ainda maior que o estimado. “A gente não estava esperando 500 mil pessoas a mais em Santa Catarina. Isso foi o censo até 2022. Depois ainda teve a enchente no Rio Grande do Sul, que fez muitos gaúchos migrarem pra cá. Isso nem está contabilizado nesse censo.”

Sobre o pacto federativo, Zanatta defendeu uma reorganização que dê mais autonomia aos estados. “A Constituição diz que somos uma federação, mas na prática tudo é centralizado em Brasília. Eu defendo mais autonomia financeira e legislativa para os estados e municípios”, afirmou. “O Brasil é um país continental, o que precisamos aqui em Santa Catarina não necessariamente é o que se precisa no Pará ou no Amazonas. São realidades completamente diferentes.”

Ela também criticou a falta de concorrência entre os estados. “Nos Estados Unidos, cada estado tem sua legislação e isso gera uma concorrência saudável. Aqui, querem igualar tudo pelo lado ruim, nivelando por baixo”, avaliou. “Santa Catarina dá certo não por causa de governo nenhum, mas apesar dos governos.”

Polêmica sobre fala na missa em Nova Veneza

A deputada federal também rebateu declarações feitas por um padre no Santuário do Caravaggio, em Nova Veneza, que a criticou durante a homilia. O religioso teria mencionado a votação da parlamentar contra projetos que tratam da igualdade salarial entre homens e mulheres e da jornada de trabalho 6×1.

“Esse padre usou o altar para fazer proselitismo político. Ele defendeu o fim da jornada 6×1, que afeta diretamente os mais pobres. O que eu defendo é a realidade: se o empresário tiver que contratar mais, vai repassar o custo pro consumidor. Vai gerar desemprego. Então é demagogia”, rebateu., rebateu Julia.

Sobre a lei da igualdade salarial, a deputada reafirmou seu voto contrário. “Já temos isso garantido na CLT e na Constituição. Essa nova lei só traz mais burocracia e dificuldade na contratação de mulheres. Por isso votei contra e votaria de novo.”

“Ele defendeu que eu, uma mulher eleita por mérito, deveria ganhar menos que outros deputados. Uma fala absurda”, completou.

Confira entrevista completa