O mês de setembro é marcado pela campanha Setembro Amarelo, dedicada à conscientização sobre a prevenção ao suicídio e à valorização da vida. E foi justamente esse o tema do quadro Mente em Sintonia, que foi ao ar no Jornal da Guarujá, com a psicóloga Vanesa Bagio, nesta quarta-feira (24).

Vanesa destacou que, por muito tempo, falar sobre suicídio era considerado um tabu, mas reforçou a importância de abrir espaço para esse diálogo. “Prevenção é importante falar. Muitas empresas me procuram nesta época do ano para palestras, não apenas sobre suicídio, mas sobre saúde mental de forma geral”, disse.

Durante a conversa, a psicóloga relembrou a origem do movimento. O Setembro Amarelo começou em 1994, nos Estados Unidos, após o suicídio de um jovem de 17 anos, que tirou a própria vida dentro de um Mustang 1968 amarelo, restaurado por ele mesmo. No velório, familiares e amigos distribuíram fitas amarelas com a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”. A iniciativa se espalhou pelo país e se transformou em um símbolo mundial. No Brasil, ganhou força em 2003, com apoio da Organização Mundial da Saúde, da Associação Brasileira de Psiquiatria, do Conselho Federal de Medicina e do CVV – Centro de Valorização da Vida (188).

Vanesa explicou que é essencial perceber os sinais que muitas vezes passam despercebidos. “A pessoa com depressão precisa ser notada. Muitas vezes ela não vai pedir ajuda, mas um olhar, uma fala ou até um sorriso podem ser sinais de que ela precisa de apoio”, disse. Ela alertou que nem sempre o estereótipo da pessoa isolada e triste corresponde à realidade. “Muitas vezes a pessoa mascara o sofrimento com alegria e sorrisos, e isso exige ainda mais atenção de quem convive com ela”, ressaltou.

Outro ponto abordado foi a necessidade de entender que a saúde mental precisa de cuidado contínuo. “Saúde mental é o ano todo, não apenas em setembro. As doenças não têm época. Elas acontecem e precisam de acompanhamento psicológico e, quando necessário, medicamentoso”, destacou.

Ela também falou sobre a diferença entre tristeza passageira e adoecimento mental. Segundo a psicóloga, sentir-se triste diante de uma perda ou frustração faz parte da vida, mas é preciso estar atento quando esse estado se prolonga e afeta a rotina. “Quando a tristeza deixa de ser pontual e passa a atrapalhar o dia a dia, pode ser sinal de depressão e precisa de acompanhamento”, explicou.

Vanesa reforçou que quem convive com alguém em sofrimento tem papel fundamental no processo de prevenção. “Ouvir sem julgar é uma das maiores formas de ajuda. Muitas vezes, a pessoa não precisa de respostas prontas, mas sim de alguém que esteja disposto a escutar com empatia”, afirmou. Ela destacou ainda que frases como ‘isso é frescura’ ou ‘você precisa ser forte’ podem afastar ainda mais quem já está fragilizado.

Durante a entrevista, a psicóloga também abordou os efeitos das redes sociais. Segundo ela, a exposição constante a padrões de sucesso, beleza e felicidade pode gerar comparações e aumentar quadros de ansiedade e baixa autoestima. “As redes sociais muitas vezes mostram uma vida perfeita que não existe. É preciso filtrar o que se consome e entender que cada pessoa tem seu tempo e sua realidade”, alertou.

Encerrando sua participação, Vanesa deixou uma mensagem de acolhimento e incentivo. “Sua vida importa. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza. A depressão e a ansiedade não são frescura. Busque apoio profissional, fale sobre o que você sente e, se for preciso, ligue para o CVV. Sempre há uma saída”, reforçou.

Para conhecer mais sobre o trabalho da psicóloga Vanesa Bagio, obter dicas sobre saúde emocional ou agendar uma consulta, o contato pode ser feito pelo Instagram @vanesabagio.psi ou no consultório localizado no Edifício Cidade das Colinas – Rua João Ramiro Machado, 321, Sala 6, Centro, Orleans.

Confira