Santa Catarina emite alerta máximo após foco de gripe aviária em criação comercial no RS

Diante da confirmação do primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma criação comercial no Brasil, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (SAR) e a Cidasc emitiram alerta máximo à cadeia produtiva avícola catarinense. O caso foi detectado em Montenegro, no Rio Grande do Sul, e confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que decretou estado de emergência zoossanitária por 60 dias no município.
A medida visa conter o avanço do vírus e proteger a avicultura catarinense, considerada estratégica para a economia do estado. Santa Catarina é o segundo maior exportador de carne de frango do país e, por isso, a adoção de medidas sanitárias rigorosas é tratada como prioridade.
Entre as ações imediatas estão o reforço das práticas de biosseguridade em granjas, a intensificação da fiscalização nas divisas com o Rio Grande do Sul, a análise rigorosa da movimentação de aves e derivados e a vigilância ativa nas propriedades que receberam animais da região afetada nas últimas semanas. Também foi determinado que os médicos-veterinários da Cidasc atuem com mais rigor em casos suspeitos de síndrome respiratória ou neurológica em aves.
A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, reforça que é fundamental isolar as aves de subsistência em locais telados para evitar contato com aves silvestres, que são potenciais transmissoras do vírus. Ela também destaca que, apesar do surto, a carne de frango e os ovos seguem sendo seguros para o consumo humano. “Importante saber que a carne de aves e ovos não transmitem a doença. Podem e devem ser consumidos normalmente”, afirma.
A orientação é que qualquer suspeita de doença ou alta mortalidade de aves seja imediatamente comunicada à Cidasc, seja pelos canais digitais (e-Sisbravet) ou presencialmente, nos escritórios regionais. Manipular aves mortas ou com sintomas é terminantemente desaconselhado.
O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, ressaltou que o momento é de vigilância total: “Estamos reforçando todas as medidas para impedir a entrada dessa doença em Santa Catarina. Precisamos que cada um faça sua parte.”
De acordo com o Mapa, o foco em Montenegro representa o primeiro registro do vírus da IAAP em uma criação comercial no Brasil. O vírus já circula desde 2006 em países da Ásia, África e Europa, e o risco de transmissão para humanos é considerado baixo, ocorrendo principalmente em casos de contato intenso com aves infectadas.
A situação está sendo monitorada pelas autoridades federais e estaduais, e novas medidas poderão ser adotadas conforme a evolução do cenário epidemiológico.