O Governo do Estado lançou nessa segunda-feira, 27, o Plano Estadual de Transição Energética Justa, visando reduzir a dependência de combustíveis fósseis, como o carvão, e promover o uso de fontes de energia mais limpas, incluindo o gás natural. O evento marcou a assinatura da Ordem para a Contratação de uma Empresa Especializada, que será responsável por elaborar estudos técnicos para o desenvolvimento do plano.

A cerimônia de assinatura ocorreu em Criciúma, no coração da região carbonífera, que será a mais impactada pela transição energética devido à obrigatoriedade de readequação das termoelétricas movidas a carvão mineral. A economia local, que depende 15% do setor carbonífero, emprega mais de 20 mil pessoas e beneficia cerca de 100 mil de forma direta e indireta, além de gerar uma receita anual superior a 6 bilhões de reais.

O governador Jorginho Mello destacou a importância de equilibrar a transição para energias renováveis com a preservação de empregos. “É um programa para que possamos fazer uma transição do carvão, que é uma energia fóssil, para uma energia renovável, acima de tudo preservando o emprego das pessoas. Precisamos aplicar nossa inteligência, tanto da Satc quanto da Unesc, para desenvolver projetos que criem novos produtos e realizem essa transição de forma gradual, tecnológica e ambientalmente responsável. Nosso objetivo é produzir compensações até 2040 sem abrir mão dos 20 mil empregos diretos que o setor do carvão garante ao sul de Santa Catarina.”

O Brasil, como signatário do Acordo de Paris, comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030 e a alcançar a neutralidade de emissões em 2050. Este compromisso exige uma reinvenção urgente das usinas termoelétricas e a implementação de políticas de descarbonização.

Para o secretário de Estado do Meio Ambiente e Economia Verde, Ricardo Guidi, o Plano Estadual de Transição Energética Justa é de grande importância, especialmente para a região carbonífera catarinense. “O objetivo principal do plano é descarbonizar, migrar do modelo atual para um mais sustentável.”

A previsão é que o texto do Plano Estadual de Transição Energética Justa esteja concluído em até 18 meses, estabelecendo ações de curto, médio e longo prazo para viabilizar uma política permanente de redução da emissão de gases de efeito estufa.