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Cultivo de Macroalgas: Novo mercado e oportunidades para maricultores em Santa Catarina

Além de ser o maior produtor nacional de ostras, mexilhões e vieiras, o estado agora também investe no cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii como uma nova fonte de renda em suas fazendas marinhas

Por Ligado no Sul20/07/2023 11h30
Foto/Secom

Nos últimos anos, uma nova atividade produtiva tem ganhado destaque nas águas do litoral catarinense, oferecendo um grande potencial de mercado e oportunidades para os maricultores da região. Além de ser o maior produtor nacional de ostras, mexilhões e vieiras, Santa Catarina agora também investe no cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii como uma nova fonte de renda em suas fazendas marinhas.

A Kappaphycus alvarezii é a principal matéria-prima utilizada na extração da carragenana, uma substância espessante e estabilizante amplamente empregada nas indústrias alimentícia, farmacêutica e de cosméticos. A partir do início dos cultivos catarinenses dessa macroalga, pesquisadores, extensionistas e maricultores identificaram novas possibilidades para agregar valor ao produto, como a fabricação de alimentos, cosméticos e extrato para biofertilizante.

A trajetória para tornar a Kappaphycus alvarezii uma opção viável para os maricultores não foi rápida. Foram mais de dez anos de pesquisas conduzidas pela Epagri em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para desenvolver o sistema de cultivo e comprovar sua viabilidade técnica, econômica e ambiental. Em 2020, o estado obteve a autorização ambiental para o cultivo comercial da macroalga.

Com o cenário favorável, a Epagri tem se dedicado a capacitar os maricultores interessados em investir nessa promissora cadeia produtiva. A assistência técnica aos iniciantes e a busca por estratégias que viabilizem o comércio do produto e sua inserção no mercado têm sido prioridades. Nos últimos dois anos, oito cursos foram oferecidos para 80 técnicos e produtores.

Primeira safra de macroalgas

A primeira safra comercial de macroalgas em Santa Catarina ocorreu em 2021/22. Produtores de Florianópolis e Palhoça exploraram uma área de 3,2 hectares e alcançaram 102,3 toneladas de alga viva. Atualmente, esses municípios concentram 90% da produção do estado, mas o cultivo também já começou em São Francisco do Sul, Penha, Porto Belo e Governador Celso Ramos, contando com 15 agricultores catarinenses envolvidos. A Epagri projeta que, em cinco anos, o cultivo de algas beneficie cerca de 450 famílias ligadas à maricultura.

Além dos benefícios econômicos, o cultivo de macroalgas contribui para a preservação do meio ambiente, pois essas plantas marinhas atuam como verdadeiras esponjas, absorvendo o excesso de nutrientes que causam a poluição marinha, e beneficiando, assim, a produção de mexilhões e ostras, que são organismos filtradores e dependem de água de qualidade.

Diversos maricultores já investem nessa atividade com sucesso. Raulino de Souza Filho, de Palhoça, é um dos exemplos. Com uma área de produção de 1,54 hectare, ele montou uma fábrica de extrato de alga para produção de biofertilizantes. Já Tatiana Gama da Cunha, de Florianópolis, criou a empresa Algama e inaugurou a primeira unidade de beneficiamento de macroalgas para alimentação em Santa Catarina. A empreendedora produz alimentos, cosméticos e biofertilizantes à base de macroalgas, explorando todo o potencial desse recurso.

O cultivo de macroalgas tem mostrado perspectivas promissoras para a economia local, gerando renda e oferecendo novas oportunidades para os maricultores.

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