Importação de banana do Equador preocupa produtores catarinenses

A autorização do governo federal, em agosto, para a importação de bananas do Equador gerou preocupação em Santa Catarina, tanto do ponto de vista econômico quanto sanitário. Produtores locais temem que a entrada da fruta estrangeira leve à queda dos preços da banana catarinense, afetando a rentabilidade e colocando em risco milhares de famílias que dependem da agricultura familiar.
O deputado federal Rafael Pezenti (MDB-SC), membro da Comissão de Agricultura e da Frente Parlamentar da Agropecuária, afirmou que o Congresso Nacional já está tomando providências sobre o tema.
“Eu tenho feito contato permanente com a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura em Brasília para apontar os riscos dessa importação da banana do Equador. Veja, o simples anúncio dessa importação já gerou especulação no mercado, isso só com o anúncio. Imagina depois que a banana do Equador começar a chegar no Brasil. Nós continuaremos conversando com o Ministério da Agricultura, mas se na base do diálogo não conseguirmos resolver, um ato mais enérgico se fará necessário, primeiramente envolvendo os produtores de Santa Catarina, mas também já conto com o apoio de outros parlamentares que representam estados que também têm grande produção”, disse Pezenti.
O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Carlos Chiodini, afirmou que tem mantido contato direto com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para evitar a importação. Segundo ele, a entrada da banana equatoriana é desnecessária e apresenta riscos sanitários ao Brasil.
“Santa Catarina tem um posicionamento muito claro. O governador Jorginho tem defendido isso: é desnecessário a importação de bananas para o Brasil por alguns motivos, primeiro que nós vamos prejudicar, dada a diferença do conceito do nosso porto, que é um pequeno porto, para grandes latifúndios e fazendas em países tropicais como o Equador, e também a existência de doenças, doenças da sanidade vegetal desses frutos que podem contaminar o nosso plantio aqui no Brasil e especialmente em Santa Catarina. Temos tratado isso diretamente com o Mapa, com o ministro Carlos Fávaro, e vamos continuar evoluindo essas tratativas para que isso de fato não aconteça”, afirmou Chiodini.
O governador Jorginho Mello reforçou que o impacto econômico para o estado é significativo. Ele explicou que os produtores catarinenses investiram em máquinas e equipamentos para a produção de bananas e que a concorrência com frutas importadas de grandes fazendas estrangeiras, muitas vezes não regulamentadas e mais baratas, pode desvalorizar o produto local.
A preocupação central do setor catarinense é dupla: além da possível queda de preços e perda de renda, existe o risco de introdução de pragas, como o mal do Panamá, que pode comprometer a produção regional.
*Com informações: Acaert