Presidente da CIP comenta suspensão temporária da investigação contra vereador de Urussanga
Vereador Zé Bis detalha andamento da comissão, esclarece sobre boletim de ocorrência e fala sobre áudio que circulou em grupos internos da Câmara

Na última sexta-feira (26), o juiz Roque Lopedote determinou a suspensão temporária da Comissão de Investigação e Processante (CIP) da Câmara de Urussanga, responsável por apurar denúncias contra o vereador Luan Varnier (MDB), até a decisão final do mandado de segurança impetrado pelo próprio parlamentar.
Em entrevista ao Jornal da Guarujá na manhã desta segunda-feira, o vereador José Carlos José, o Zé Bis (PP), presidente da CIP, comentou a decisão judicial e o andamento da investigação. Sobre o registro de boletim de ocorrência feito pelo vereador Luan contra ele, Zé Bis disse que recebeu a notícia com surpresa e afirmou que a comissão estava apenas cumprindo seu papel investigativo. Ele explicou que a denúncia inicial tratava de um suposto “fura fila” na Secretaria de Saúde e que a comissão foi formalmente constituída seguindo o regimento interno da Câmara, com dois membros, um relator, duas secretárias e apoio do corpo jurídico.
“Eu ainda não recebi intimação nenhuma de que o vereador abriu um boletim de ocorrência contra mim, que sou o presidente da CIP, mas nós estamos trabalhando sério, comprometidos com a verdade. Faz parte do jogo, a gente tem que acatar e vamos ver o que diz a denúncia.”
Zé Bis relatou que a comissão diligenciou ofícios às testemunhas e ouviu o depoimento do vereador investigado. Após essas etapas, a comissão elaborou um relatório e decidiu dar continuidade aos trabalhos. Entretanto, o vereador Luan entrou com mandado de segurança pedindo a suspensão da reunião da CIP, que foi acatada pelo juiz, interrompendo temporariamente a investigação para ajustes no relatório.
Sobre o áudio que circulou em grupos internos da Câmara, atribuído a ele, o vereador do PP negou qualquer intenção de antecipar julgamento do vereador investigado. Ele explicou que a divulgação do trecho foi uma “infelicidade” e que não houve má-fé.
“Eu fiz uma nota de esclarecimento e publiquei na rede social. O trecho divulgado foi parte de uma conversa informal em um grupo interno da comissão, na qual manifestei apenas uma dúvida sobre os trâmites diante da possibilidade de afastamento do vereador investigado para uma cirurgia. Eu soube que ele ia fazer uma cirurgia, mas não sabia se era verdade ou não. Minha preocupação sempre foi com o cumprimento do prazo legal de 90 dias, que a comissão tem para apurar os fatos.”
Ele reforçou ainda que o áudio isolado acabou gerando confusão e desgaste desnecessário, desviando a atenção do trabalho da comissão.
“A divulgação isolada desse áudio só gera tumulto e desgaste desnecessário, desviando o foco da apuração séria e responsável que estamos realizando. Minha dúvida era se o prazo de 90 dias continuaria correndo diante da possibilidade de cirurgia do vereador.”
Questionado sobre se a decisão judicial enfraqueceria a comissão, Zé Bis afirmou que a CIP segue firme em suas atividades e ressaltou que o mandado de segurança é parte da defesa do vereador e que a decisão final sobre os fatos caberá aos nove vereadores em sessão da Câmara.
Sobre os próximos passos, ele explicou que a comissão está acompanhando de perto o processo com o jurídico da Câmara e aguarda o parecer final do juiz para retomar oficialmente as atividades da CIP.
Confira entrevista completa