Delegado-geral de SC detalha operação contra suspeitos de ameaçar o governador Jorginho Mello
Investigação em três estados identificou suspeitos de ameaças digitais ao governador, com apreensão de celulares e equipamentos eletrônicos.

A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, com apoio das polícias civis de São Paulo e da Paraíba, cumpriu mandados de busca e apreensão em três estados contra suspeitos de ameaçar de morte o governador Jorginho Mello. A operação foi realizada após a inteligência da corporação identificar mensagens em um grupo privado de WhatsApp, nas quais os investigados teriam feito ameaças diretas contra o chefe do Executivo estadual.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, a investigação começou na quinta-feira, dia 11, quando um dos suspeitos comentou sobre um suposto encontro com o governador em Benedito Novo. Em seguida, outros integrantes do grupo mencionaram o uso de faca e coquetéis molotov.
“A partir dessas informações iniciamos a investigação, identificamos os indivíduos e solicitamos medidas cautelares ao Poder Judiciário. Cumprimos mandados em Santa Catarina, São Paulo e Paraíba e apreendemos equipamentos e celulares para entender a dinâmica do grupo e se houve estímulo à prática de crimes”, explicou o delegado.
Os mandados foram cumpridos em Benedito Novo (SC), em Campina Grande e Cabedelo (PB) e em Matão e Álvares Machado (SP). A apreensão de equipamentos eletrônicos tem como objetivo analisar se as ameaças se limitaram a comentários em grupos privados ou se existia risco concreto de execução.
Sobre a alegação de que as ameaças seriam apenas uma brincadeira, Ulisses Gabriel reforçou a gravidade do caso e a necessidade de prevenção.
“Não se brinca com a morte de alguém. Casos recentes de atentados mostram que o intervalo entre a ameaça e o crime pode ser muito curto. Temos que apurar os fatos e analisar todo o grupo. Mesmo que seja apenas uma brincadeira, a atuação da polícia ajuda a prevenir futuros crimes.”
O delegado também comentou o contexto global de atentados contra conservadores, destacando a preocupação com a escalada desse tipo de violência.
“Algumas pessoas tentam evitar o processo democrático retirando candidatos do jogo, seja por meios legais ou criminosos. É um movimento preocupante que exige atenção das autoridades.”
Além disso, Ulisses Gabriel comentou o assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Rui Fontes, atribuindo o crime a uma possível retaliação devido à sua atuação contra organizações criminosas. Fontes foi responsável pela prisão de lideranças do PCC nos anos 2.000, quando atuava na repressão a roubo de bancos, e enquanto delegado geral, função que exerceu entre os anos de 2019 e 2022.
“Ele foi um dos primeiros delegados a combater o PCC. Coloquei nossas equipes à disposição para apoiar São Paulo. É fundamental que a criminalidade não prevaleça, e por isso atuamos de forma firme contra qualquer ameaça ou crime.”
O delegado destacou que a operação em três estados reforça a postura preventiva da Polícia Civil em Santa Catarina, mostrando que qualquer ameaça, mesmo em grupos fechados de internet, é tratada com rigor, a fim de garantir a segurança de autoridades e da população, e de inibir potenciais crimes antes que ocorram.
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