Deputado Rafael Pezenti alerta para impactos da importação de banana do Equador em Santa Catarina
Medida federal deve começar ainda este ano e preocupa produtores e consumidores de Santa Catarina.

Em entrevista ao Jornal da Guarujá nesta quinta-feira (11), o deputado federal Rafael Pezenti (MDB) manifestou preocupação com a decisão do governo federal de voltar a importar bananas do Equador. A medida deve começar até o final do ano, inicialmente com bananas desidratadas, e pode impactar produtores catarinenses, responsáveis por quase metade da produção nacional da fruta.
Segundo Pezenti, a abertura do mercado para a banana equatoriana pode comprometer a produção local. “Essa medida pode acabar destruindo a produção catarinense. Só em Santa Catarina, cerca de 30 mil famílias dependem da bananicultura. Além disso, há impactos para o consumidor, que pode pagar mais caro por um produto importado de qualidade inferior ou cultivado com uso excessivo de pesticidas.”
O deputado também alertou sobre os riscos sanitários. “Junto com a banana do Equador podem chegar pragas que não existem no Brasil, como variantes agressivas da sigatoka-negra. No Equador, o produtor faz até 50 aplicações de pesticidas por safra, enquanto aqui fazemos apenas oito. Essa diferença mostra o risco de introdução de doenças que poderiam comprometer toda a cadeia produtiva.”
Pezenti criticou a atuação do governo federal, e afirmou que decisões como essa não ajudam o pequeno produtor: “Esse governo, que diz defender o pequeno, na prática quer ferrar o produtor rural e transformá-lo em dependente de programas sociais. Muitos pequenos produtores já começam a pensar em alternativas de renda para sustentar suas famílias. A bananicultura é agricultura familiar, com cada produtor cultivando entre 10 e 15 mil pés de banana. O governo precisa apoiar o agricultor para que ele continue trabalhando na terra e garantindo o sustento e futuro de seus filhos.”
Santa Catarina é responsável por 21,8 mil toneladas de bananas, gerando cerca de R$ 39,2 milhões em receita, com os municípios de Jacinto Machado, Santa Rosa do Sul, Criciúma, Sombrio e Siderópolis concentrando a maior produção na região Sul do estado.
O deputado informou que no dia 16 de setembro terá audiência em Brasília com o Ministério da Agricultura e o secretário de Defesa Agropecuária, acompanhado por prefeitos e técnicos catarinenses, para detalhar os riscos sanitários e buscar soluções junto ao governo federal.
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