Um casal de empresários, sócios-proprietários de uma incorporadora do município, auxiliados por familiares, entre os anos de 2016 a 2022, teria firmado contratos de parceria com proprietários de terrenos de Araranguá, visando a implementação de oito loteamentos.

De acordo com o Delegado Bruno Sinibaldi, responsável pelo caso, os indícios apontaram que, sem o devido registro no cartório de imóveis competente, bem como sem a finalização do projeto perante a municipalidade, passaram a vender, mediante a amostra de mapas, diversas frações desses terrenos e de forma duplicada, a vários moradores do município de Araranguá e região, na maioria das vezes, por intermédio de terceiros – corretores de imóveis e não corretores -, que, na investigação também trouxe indicativos que tinham conhecimento da irregularidade.

Com a descoberta da fraude em junho de 2022, a Polícia Civil passou a investigar o caso, após nove meses de intensa investigação e mais de três mil páginas de documentos, a investigação concluiu que os empresários causaram um prejuízo de quase 19 milhões de reais aos compradores, com a venda de 347 terrenos em duplicidade à 150 compradores.

Três empresários da incorporadora e vinte corretores de imóveis, identificados como envolvidos na fraude também serão comunicados ao Conselho Regional do órgão.

Indiciados nos crimes de parcelamento irregular do solo urbano, estelionato, exercício ilegal da profissão e contravenções contra as incorporações imobiliárias, o inquérito está em análise pelo Ministério Público.