Entrevista com o vereador Murilo Hoffmann explica objetivo e funcionamento do programa

A votação do Decide Orleans 2025 termina às 23h59 desta sexta-feira (28). A população pode escolher dois projetos: um da área da saúde e outro das demais áreas previstas no edital. O formulário está disponível nos perfis do Instagram do Partido Novo (@novo30orleans) e do vereador Murilo Hoffmann (@murilo.ohoffmann).

O Jornal da Guarujá conversou como vereador na manhã desta sexta-feira, que explicou que o programa busca definir, de forma participativa, o destino das emendas impositivas dos vereadores. Segundo ele, muitos moradores desconhecem como funciona a destinação desses recursos e, por isso, a iniciativa pretende ampliar a transparência e reduzir a influência político-eleitoral sobre essas verbas.

“Cada vereador pode escolher para onde vai destinar uma pequena parte do orçamento do município. Esse valor corresponde a 1% da receita corrente líquida do ano anterior, algo em torno de 112 mil reais. Metade deve obrigatoriamente ir para a saúde.”

Hoffmann destacou que não são todas as câmaras que adotam emendas impositivas, e que Orleans passou a utilizá-las recentemente. Ele também afirmou que a inspiração do Decide Orleans veio de práticas já consolidadas dentro do Partido Novo, especialmente iniciativas do deputado federal Gilson Marques e do deputado estadual Matheus Cadorin. Em suas palavras, programas desse tipo reduzem a barganha política, evitando que recursos sejam negociados “em troca de apoio futuro”.

Em relação ao modelo de participação popular, o vereador Murilo explicou que o Decide Orleans se baseia diretamente no “Você Decide”, projeto de Cadorin. A proposta “permite ao pagador de impostos escolher onde deve ir o seu recurso”, ampliando a transparência e diminuindo decisões concentradas em interesses regionais ou eleitorais.

Por ser a primeira edição municipal, ajustes tiveram de ser feitos durante o processo. Segundo o vereador, o tempo reduzido entre a aprovação da lei, a formulação do edital e a abertura da votação exigiu adaptações.

O valor de R$ 112 mil será dividido para contemplar pequenos projetos. “Cinquenta por cento vai para a saúde, então serão dois projetos de 28 mil reais cada. Os outros 50% foram divididos em quatro projetos, com teto de 14 mil reais cada.”
O vereador observou que valores tão reduzidos costumam ser ignorados em repasses parlamentares tradicionais, o que limita reformas e melhorias de pequeno porte, justamente as que o programa pretende alcançar.

A votação ocorre exclusivamente online, mas também está disponível presencialmente no gabinete do vereador, na Câmara Municipal, a partir das 12h30, para quem não tiver acesso à internet.

O resultado será divulgado na sessão da Câmara da próxima segunda-feira, 1º de dezembro.

Para Hoffmann, a iniciativa cumpre um papel maior do que apenas distribuir verbas:
“A gente quer trazer mais participação popular, não só no ano da eleição. As pessoas precisam opinar sobre as decisões do poder público.”

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