No quadro Mente em Sintonia, a psicóloga Vanesa Bagio abordou um tema delicado e cada vez mais presente nos consultórios de psicologia: o Transtorno de Personalidade Narcisista. Segundo ela, trata-se de um distúrbio emocional e psicológico que afeta diretamente a forma como a pessoa se relaciona com os outros e consigo mesma.

“O Transtorno de Personalidade Narcisista é um transtorno no qual a pessoa não tem empatia. Ela se ama de forma exagerada, tem um egocentrismo muito forte e tudo gira em torno dela”, explicou Vanesa, fazendo referência ao mito de Narciso, figura da mitologia grega que se apaixonou pela própria imagem refletida na água.

Durante a conversa, a psicóloga destacou que o narcisismo vai além da vaidade ou exibição. “É muito mais do que isso, porque acaba influenciando diretamente no comportamento. Não conseguimos ter uma conversa saudável com essa pessoa, porque ela está sempre tentando se sobressair, mostrar que é melhor que o outro”, disse.

Além da dificuldade de empatia, o narcisista costuma manipular emocionalmente as pessoas ao seu redor. “Ele conquista, manipula, e quando não precisa mais, descarta. A pessoa manipulada entra numa dependência emocional, enquanto o narcisista simplesmente segue em frente, sem sentimento ou culpa”, pontuou Vanesa.

A psicóloga também alertou sobre o impacto que esse transtorno pode causar na vida financeira dessas pessoas. “Muitas vezes vivem de status, compram roupas caras, carros de luxo, entram em dívidas para manter uma imagem. Quando não conseguem, buscam uma nova ‘vítima’ para manipular e conseguir o que desejam”, relatou.

O tema ganhou ainda mais relevância ao ser conectado ao uso das redes sociais, especialmente entre adolescentes e jovens adultos. “Hoje, ser deixado de seguir virou motivo de conflito. As pessoas medem sua autoestima pelas curtidas, pelos seguidores. E isso pode alimentar o narcisismo, principalmente entre aqueles que têm essa predisposição”, explicou.

Vanesa ressaltou que o transtorno pode se desenvolver a partir da infância, tanto por fatores genéticos quanto pelo ambiente de criação. “A superproteção, os elogios excessivos e as comparações constantes podem fazer a criança acreditar que é superior aos outros. Isso, somado a fatores neurológicos e sociais, contribui para a formação de uma personalidade narcisista”, detalhou.

O diagnóstico, segundo ela, é feito geralmente na vida adulta, quando a estrutura emocional da pessoa já está mais definida. Porém, iniciar o tratamento é um grande desafio. “O narcisista dificilmente reconhece que tem um problema. Ele chega ao consultório querendo te ensinar, como se estivesse sempre certo. É um processo longo, que exige paciência, psicoterapia e, muitas vezes, uso de medicação para controlar impulsos obsessivos”, contou.

Em relacionamentos, especialmente amorosos, o transtorno tende a ser ainda mais nocivo. “Geralmente acomete mais homens, que se utilizam da manipulação pela fala. Já as mulheres, muitas vezes, usam da autoestima e da sensualidade. Mas o resultado é o mesmo: uma relação de controle e abuso emocional”, afirmou.

Para quem convive com uma pessoa narcisista, Vanesa orienta buscar informação, acolhimento e, se possível, também apoio psicológico. “O narcisista não dá atenção ao sofrimento do outro. A pessoa ao redor precisa aprender a se fortalecer emocionalmente para não cair na armadilha da manipulação.”

Para mais informações sobre o trabalho da psicóloga Vanesa Bagio, dicas sobre saúde emocional ou para agendar uma consulta, siga @vanesabagio.psi no Instagram ou visite seu consultório no Edifício Cidade das Colinas – Rua João Ramiro Machado, 321, Sala 6, Centro, Orleans.

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