Com UTIs lotadas e aumento de casos graves de gripe, SC decreta situação de emergência
Com mais de 1,2 mil casos graves de gripe e 142 mortes, baixa vacinação preocupa autoridades em Santa Catarina.

O governo de Santa Catarina decretou situação de emergência por 180 dias na noite de quinta-feira (12), devido ao aumento expressivo de casos de doenças respiratórias no estado, especialmente os relacionados à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A medida visa ampliar a capacidade de resposta da rede pública de saúde, que já opera sob forte pressão.
Na manhã desta sexta-feira (13), a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no estado chegou a 93%. Até a primeira semana de junho, foram registrados mais de 1,2 mil casos de SRAG provocados por Influenza (gripe grave), um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram confirmados 932 casos.
O número de óbitos também preocupa. Em 2025, já são 142 mortes causadas por complicações da gripe, enquanto no mesmo período de 2024, foram 67 – mais que o dobro. A faixa etária mais afetada pela doença é a de idosos com 60 anos ou mais, que representam 46,9% dos casos de SRAG por Influenza. Crianças de até 4 anos vêm em seguida, com 20,4% dos registros. Entre os óbitos, 124 ocorreram em pessoas com 50 anos ou mais.
A situação se agrava em meio à baixa adesão à campanha de vacinação contra a gripe. Apenas 43,3% do público-alvo foi imunizado até agora, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Com a intensificação da circulação do vírus, autoridades reforçam a importância da vacinação como forma de prevenção.
“O aumento da circulação do vírus Influenza tem gerado sobrecarga no sistema de saúde, com maior procura por atendimento nas UPAs, prontos atendimentos e hospitais. Para evitar infecções e, principalmente, casos graves e mortes, é fundamental buscar a vacinação”, afirma o superintendente de Vigilância em Saúde, Fábio Gaudenzi.
A vacina contra a gripe está disponível gratuitamente em todas as unidades de saúde com sala de vacina, para toda a população a partir dos seis meses de idade. A SES reforça que a imunização é a principal forma de proteção individual e coletiva.
“O enfrentamento desse cenário depende da consciência da população. A recomendação é clara: vacinar é essencial para protegermos os grupos mais vulneráveis e reduzirmos a pressão sobre o sistema de saúde”, conclui Gaudenzi.