GAPAC é pioneiro no combate e prevenção à Aids em Criciúma e região
Mais de 10 mil pessoas já foram beneficiadas pelos projetos do grupo

O Gapac (Grupo de Apoio e Prevenção à Aids de Criciúma) surgiu da necessidade de apoiar as pessoas que conviviam com o vírus HIV em Criciúma e região em uma época onde não se tinha tanto acesso à informação e essas populações eram marginalizadas. Desde o início, o trabalho da instituição sempre foi o de prestar suporte a essas pessoas e seus familiares. Além de acolher, o Gapac respeita, orienta, informa e, acima de tudo potencializa a autoestima de quem é atendido. Tudo isso sempre de forma muito humanizada.
Com o passar dos anos, foi percebido que esse tipo de suporte estava ligado de maneira indireta a outras minorias sociais, que também precisavam de alguém que olhasse por eles. Assim, o Gapac ampliou a sua rede de atendimento e adaptou-se também a cada particularidade. Mesmo assim, o que começou como principal objetivo do grupo e que carrega a sigla que nomeia a instituição continua fortalecida com o trabalho iniciado há 31 anos.
“Eu sou uma pessoa que vive com HIV, e no começo foi bem difícil. Fiquei com medo, preocupado e sem saber o que fazer. Então eu conheci o Gapac. Eles me ajudaram de todas as formas, mas também me acolheram de um jeito que me fez sentir importante. Eles me mostraram que o HIV não é o que eu sou, é só algo que eu tenho. Me fez bem o carinho de saber que alguém estava ali pra ajudar. Me fizeram ver que mesmo com o HIV eu ainda sou uma pessoa e que minha vida tem valor. Eu me senti acolhido, sem ser julgado e isso fez toda a diferença”, relata um atendido, não identificado por questões de segurança.
Hoje há inclusive o mês de conscientização e combate à AIDS/HIV/ISts, conhecido como Dezembro Vermelho. Nessa época, os trabalhos da Organização da Sociedade Civil (OSC) se intensificam, porém, esse trabalho de amparar e prevenir dura o ano todo.
“Entre todos os projetos que envolvam este tema, com certeza muito mais de 10 mil já foram atendidas pela instituição. Incluindo mais de 400 multiplicadores de informação e pessoas que enfrentam pobreza menstrual, vítimas de violência doméstica, pessoas que sofrem preconceito, estigmas ou discriminação, pessoas vivendo e convivendo com HIV, pessoas em situação de rua, profissionais do sexo, comunidade LGBTQIAPN+ e pessoas oriundas do sistema prisional”, pontua Alba de Souza, assistente social do Gapac.
O foco no trabalho do grupo está em trazer luz a temas pertinentes a essas vivências, de maneira naturalizada e sem tabus e também de combate à sorofobia. Além de orientar seus atendidos sobre os tratamentos adequados a cada caso, na sede da instituição ficam disponíveis gratuitamente camisinhas masculinas e femininas e também o teste rápido. O Gapac também auxilia em questões de cunho jurídico, prestando todo o apoio necessário.
“O nosso trabalho de prevenção se concentra em fomentar a conscientização de cada pessoa, utilizando a prevenção positiva. Pensamos que indivíduos com informações claras e acessíveis sobre cuidados, saúde e autoestima é fundamental para promover uma sociedade mais informada e segura”, explica Anne Schimitz, também assistente social do Gapac.
Por ser uma OSC, o Gapac precisa do apoio da comunidade com doações de alimentos, higiene e limpeza. O pix da instituição para doações é o telefone (48) 99961-5081. Os itens podem ser entregues diretamente na sede da instituição, localizada na Rua Anita Garibaldi, N° 386, Box 53 do Centro Comercial Camelódromo, no Centro de Criciúma.
(Trabalho de assessoria voluntária da disciplina de Assessoria de Comunicação, do curso de Jornalismo do Centro Universitário SATC, sob supervisão da professora Nadia Couto).
Alunos: Arthur Bernhardt e Raquel Formigoni