Santa Catarina mantém alerta máximo contra a dengue e outras arboviroses
Apesar da proximidade do inverno, Estado registra mais de 45 mil focos do Aedes aegypti e 28 mil casos prováveis de dengue em 2025; 181 municípios são considerados infestados.

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina divulgou um novo informe epidemiológico que mostra um cenário preocupante para as arboviroses no estado. Apesar da aproximação do inverno, que historicamente representa um período de menor circulação viral, o potencial de disseminação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, continua alto.
O boletim confirma a identificação de mais de 45 mil focos do mosquito em 258 municípios catarinenses somente em 2025. Até o momento, as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti causaram 15 mortes no estado, e outros quatro óbitos estão sob investigação. A Vigilância Epidemiológica Estadual contabiliza mais de 28 mil casos prováveis de dengue em 231 municípios.
O Dr. Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde do Estado de Santa Catarina, ressalta que a atenção precisa ser mantida. “Santa Catarina segue em atenção. O mosquito Aedes aegypti continua causando preocupação no estado. Já são mais de 45 mil focos identificados em 258 municípios neste ano de 2025,” alerta Gaudenzi. Ele complementa que “a dengue já teve mais de 91 mil notificações e não para por aí. Chikungunya também está em alta neste ano. Com mais de 2.200 notificações e um aumento de 610% em relação ao ano passado.”
A situação da chikungunya é particularmente alarmante. A doença, transmitida pelo mesmo mosquito, pode causar febre alta e dores intensas nas articulações.
Alerta de Epidemia
Dos 295 municípios catarinenses, 181 são considerados infestados pelo Aedes aegypti, conforme a Secretaria de Estado da Saúde. A condição é generalizada em regiões como o Grande Oeste, Médio Vale do Itajaí e Nordeste do estado, além de ser verificada em cidades do Litoral Sul, Grande Florianópolis, Alto Vale e Planalto Norte. Apenas 37 municípios catarinenses não possuem focos identificados.
Atualmente, 38 municípios catarinenses estão em condição de epidemia de dengue, com base nos números de casos prováveis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cenário de epidemia ocorre quando a taxa de infestação é superior a 300 casos para cada 100 mil habitantes. Santa Catarina, como um todo, também se encontra nessa situação, registrando um coeficiente médio de incidência de 373 ocorrências a cada 100 mil habitantes.
Diante deste cenário, Gaudenzi reforça a importância do combate individual ao mosquito. “Evite água parada em vasos, pneus, garrafas, mantenha as piscinas e outros reservatórios que não podem ser muitas vezes cobertos ou esvaziados sempre limpos e tratados,” orienta o superintendente. Ele também enfatiza a necessidade de “tampar bem lixeiras e eliminar entulhos, porque eles podem armazenar água e servir como local de proliferação do inseto.”
O médico infectologista finaliza com um apelo à população: “Dengue e chikungunya são doenças sérias. Proteja sua casa, sua família e sua comunidade. Faça sua parte no combate ao Aedes aegypti.”