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Tragédia em Praia Grande: lista falsa com nomes de vítimas espalha desinformação e agrava o sofrimento de famílias

Por Ligado no Sul21/06/2025 14h20

Enquanto o país ainda digeria as primeiras informações sobre o trágico acidente com um balão turístico em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, um novo episódio de crueldade digital acendeu o alerta: a circulação de uma lista falsa com nomes das supostas vítimas.

A imagem, que se espalhou rapidamente por grupos de WhatsApp e redes sociais, continha uma relação de dez nomes, disposta de forma a simular uma reportagem de portais de notícias confiáveis. O conteúdo, no entanto, era falso — e devastador. Amigos, familiares e até colegas de trabalho das pessoas se desesperaram em meio a falsa informação.

Entre os nomes expostos na lista fake estavam Ana Maria Dalsasso e Ane Veran, ambas vivas, mas arrastadas ao centro de um turbilhão emocional absolutamente desnecessário.

“A degradação do ser humano atinge seu ápice quando ele se mostra incapaz de respeitar a dor do outro. O que vi hoje foi mais do que irresponsabilidade: foi crueldade. Vivemos tempos de uma grave inversão de valores, em que o sofrimento alheio é tratado como conteúdo, e a verdade pouco importa diante da pressa em ser o primeiro a publicar. Falta equilíbrio emocional, falta sensibilidade, falta humanidade. É um ato insano, cruel e inconsequente expor nomes de pessoas como vítimas, sem qualquer confirmação.” — desabafa Ana Maria Dalsasso, moradora de Lauro Müller, ao ver seu nome indevidamente incluído entre os mortos da tragédia.

Para Ane Veran, moradora de Tubarão, o episódio é um retrato do colapso ético que se instala quando qualquer pessoa se torna fonte de informação sem compromisso com a verdade.

“No tempo em que vivemos, em que qualquer um pode se tornar fonte e veículo ao mesmo tempo, checar a veracidade de uma informação deixou de ser um cuidado — passou a ser um dever moral. O que foi feito hoje não é apenas um erro: é uma violência emocional contra famílias já fragilizadas. Quando se compartilha uma mentira como essa, não se mede o estrago. É o nome, é a história, é o sofrimento real de pessoas expostas ao caos gerado por uma fake news. Isso é gravíssimo. Não é sobre likes ou velocidade. É sobre respeito. É sobre responsabilidade. E, acima de tudo, é sobre humanidade.” — afirma Ane.

A Polícia Civil de Santa Catarina informou que já está apurando a origem da montagem falsa e a responsabilidade pela sua disseminação. O compartilhamento de informações inverídicas que provocam pânico ou dano emocional pode ser enquadrado como crime, com sanções previstas na legislação penal e digital.

Num momento em que famílias vivem o luto, o medo e a incerteza, espalhar boatos é uma forma de violência silenciosa, mas profundamente danosa. A dor real de quem perdeu alguém não pode ser banalizada — tampouco a dignidade de quem foi falsamente exposto pode ser ignorada.

A orientação das autoridades é clara: jamais compartilhe conteúdos sem origem verificada. Em tempos de tragédia, o silêncio responsável é mais digno do que a pressa vazia da desinformação.

Porque, quando a mentira se espalha mais rápido que o socorro, quem morre — mesmo sem ter morrido — é a empatia.

Caso outras pessoas que tenham tido seus nomes indevidamente incluídos na lista falsa desejem se manifestar ou relatar o ocorrido, o portal está à disposição para ouvi-las. Nosso compromisso é com a verdade e com o respeito à dor de cada família.

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