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Sonhos, ciência e gestão. O que há por trás da excelência em diagnostico da URC

Por Ligado no Sul20/06/2025 14h00
Foto/redação

De menino criado para ser caminhoneiro ao líder de  uma das clínicas de diagnóstico por imagem mais reconhecidas de Santa Catarina, o médico radiologista Dr. Domingos Valentim Simon construiu uma trajetória marcada por superação, inovação e humanidade. Pioneiro em trazer o primeiro aparelho ultrassom para Criciúma e fundador da URC Diagnóstico, em Criciúma, ele compartilha ao Papo Empreendedor,  os caminhos que o levaram a transformar a saúde no Sul catarinense.

Nascido no interior de Sombrio e com uma origem simples, mesmo contrariando a sua realidade, a vocação para a medicina já estava presente na sua vida. “Minha nona, por parte do meu pai, a nona Albina, era parteira. Muitas vezes, ela passava dias no trabalho, ajudando no parto e cuidando da família até tudo ficar bem. Eu era pequeno, tinha uns seis ou sete anos, e sempre que íamos na casa dela, eu escutava ela falar, desanimada, que não tinha médicos no interior. Eu nasci em Sombrio, que já era uma cidade com médicos, mas no interior não tinha. Acho que isso foi incutindo na minha cabeça.”

Essa ligação com a medicina também foi marcada por uma experiência na infância. “Meu avô, por parte da minha mãe, era um curandeiro. Ele fazia remédios caseiros, como garrafadas. Numa brincadeira de Natal, subi numa árvore, caí e fiquei preso numa cerca de arame, muito machucado. Não chamaram médico algum, chamaram meu avô, que foi lá, fez o que precisava e eu consegui sobreviver. Acho que essas experiências da infância me marcaram muito, e por isso, depois, não tive outro caminho a não ser me tornar médico.”

Criado em meio a desafios, viu nos estudos uma chance de transformar a própria vida e a de outras pessoas. A medicina se tornou o caminho. Inicialmente, queria ser pediatra. “Era meu sonho, trabalhar com crianças. Mas quando conheci a radiologia, percebi que ali estava algo ainda mais amplo. Era como ver dentro das pessoas, ajudar silenciosamente a descobrir o que estava errado.”

A escolha pela especialidade foi definitiva — e visionária. “A radiologia me deu a oportunidade de contribuir com a medicina de forma profunda. E eu nunca me afastei dessa missão.”

Entre os principais marcos de sua carreira está o fato de ter sido o primeiro médico a trazer o ultrassom para fora do ambiente hospitalar, numa época em que o exame ainda era raro e restrito. “Naquele tempo, ultrassom era só em hospital. Eu fui o primeiro a acreditar que a gente podia ter isso em consultório, em clínica, e democratizar o acesso.”

Ele mesmo admite que teve dúvidas: “Acreditava só o suficiente para não desistir. Estava no limiar, sabe? Se não desse certo, viria outro método. Mas acreditei. E hoje, o ultrassom está em toda parte — em hospitais, consultórios, até no pronto-socorro.”

Dr. Domingos também teve papel ativo no avanço tecnológico do setor. “Fiquei mais de 15 anos insistindo com fabricantes para que criassem uma sonda de ultrassom só para a pele. Hoje temos dois aparelhos dedicados a isso na URC e estamos comprando um terceiro. Isso me orgulha muito.”

URC: excelência e gestão com propósito

Fundada há 35 anos em Criciúma, a URC Diagnóstico tornou-se referência em qualidade e inovação. Mas o sucesso, segundo ele, tem base na gestão. “A clínica não teria durado se fosse tratada só como uma clínica. Sempre foi tratada como uma empresa, com gestão profissional e foco em pessoas.”

Ele destaca que o atendimento humanizado está no centro de tudo. “Temos psicóloga na clínica, recepcionistas treinadas para acolher, equipe orientada desde a porta. As pessoas estão envelhecendo mais, têm mais limitações, e precisam ser acolhidas.”

Mesmo fora da sala de exames, segue atento. “Hoje não faço mais exames, mas dou uma olhadinha de vez em quando. Isso é coisa de fundador”, sorri.

Uma das histórias que o emocionaram envolve uma paciente de longa data. “Ela teve vários cânceres, venceu todos. E me disse: ‘Doutor Domingos, agora chego na URC e o senhor não está pra fazer o meu exame, mas o seu espírito tá lá’. Isso é cultura de empresa. Isso mostra que fizemos certo.”

Tecnologia, digitalização e cuidado

Dr. Domingos não teme a tecnologia — pelo contrário, abraça o futuro. “A digitalização faz parte do processo. Hoje o paciente recebe o protocolo do exame, pode ver imagens no celular, levar para qualquer lugar do mundo. Os aparelhos são todos digitais.”

Mas reforça que tecnologia não substitui acolhimento. “O atendimento humanizado nunca pode ser deixado de lado. Tem coisas que só o olho no olho resolve.”

Com uma média de 10 mil exames por mês e mais de 5 mil pacientes atendidos, a URC mantém o foco em qualidade, mesmo com alta demanda. “A tomografia, por exemplo, é rápida. O mais demorado é colocar o avental. Já no ultrassom, que depende do médico, temos dez aparelhos e dez médicos — mas ainda assim há espera, porque as pessoas confiam na URC.”

O livro “Tanta Vida” e o mergulho na própria história

A pandemia de 2019 foi o ponto de partida para uma nova jornada: a escrita do livro Tanta Vida. “Tenho comorbidades, então decidi me afastar dos exames e deixar os mais jovens assumirem. Mas queria deixar algo registrado. Nunca escrevi relatórios, então precisei mergulhar no passado.”

Ele não queria ser o autor da própria história. “Li o livro Estrelas Fritas com Açúcar, da Letícia Wierzchowski, e pensei: é ela quem tem que escrever minha história.” Sem disponibilidade, a escritora indicou Fernando Guimarães, seu aluno e escritor experiente. “Ele vinha de Porto Alegre, me acompanhava, visitamos até os bananais onde trabalhei na juventude.”

Foram meses de lembranças, emoções e lágrimas. “Teve choro, sim. Porque olhar para trás é forte. Mas alguém me disse: ‘Se não escrever, daqui 200 anos ninguém vai saber o que você fez’. E eu quis perenizar essa história.”

Dr. Domingos resume o que moveu sua trajetória até aqui: o propósito. “A empresa existe pelo bem das pessoas. Esse sempre foi o foco. E a cultura não está na parede, está no corredor, no jeito de atender, no olhar de cada colaborador.”

Conheça um pouco mais sobre Dr. Domingos Valentim Simon

  • Livro que mudou sua vida? Cem dias entre o céu e o mar de Amyr Khan Klink
  • Um sonho ainda não realizado? Não andar em um carro voador
  • Maior conquista que te enche de orgulho? Ter modificado o plano do acesso na medicina diagnóstica, especialmente o ultrassom
  • Uma decisão que você repensaria? Não repensaria nada
  • Qual o maior desafio que você se propôs? Comprar o ultrassom para ver as articulações,  tendões e músculos
  • Qual conselho você daria ao seu eu mais jovem? Não desista no primeiro não, nem no segundo e nem nenhum não. Continue até encontrar um sim
  • O que seria seu “luxo” essencial? A liberdade de poder viajar
  • Como você se imagina daqui a 5 anos? Eu tenho quatro netos e me vejo da mesma forma, brincando com os netos. A vida está muito boa

Confira entrevista completa

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