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Compromisso com a verdade. Por Ana Dalsasso

Por Ana Maria Dalsasso24/06/2025 15h00
Foto/Ilustrativa

Há poucos dias expus uma breve análise sobre a ascensão das tecnologias digitais e das redes sociais que vêm contribuindo para a inversão de valores em diversos aspectos da vida cotidiana impactando diretamente na convivência humana. A rapidez nas informações em algumas situações são atitudes moralmente questionáveis, como a disseminação de falsas notícias, em detrimento da veracidade e da ética.

O impacto dessas desinformações é devastador, tanto para as vítimas quanto para a sociedade como um todo. No entanto, quando se trata de tragédias, algumas pessoas tendem a explorar esses eventos de maneira sensacionalista.

Nesse final de semana vivenciamos a tragédia em Praia Grande. Lamentavelmente um grupo de dez pessoas, inclusive eu, fomos vítimas de uma falsa lista de mortos no referido acidente, trazendo transtornos não só para minha família, mas para os outros envolvidos também. Gerou pânico e desespero entre meus familiares e amigos. Rapidamente a lista se espalhou e até que se desfizesse a mentira, o estrago já tinha sido feito.

O sensacionalismo em torno de tragédias banaliza o sofrimento alheio, e ao fazer isso, a dignidade das vítimas e de suas famílias é ignorada. A busca por cliques e compartilhamentos pode levar a uma distorção dos fatos, criando narrativas que priorizam o entretenimento em detrimento da verdade. Do meu ponto de vista, a degradação do ser humano atinge o grau mais elevado quando ele se mostra incapaz de respeitar a dor do outro. O que fizeram foi mais do que irresponsabilidade: foi crueldade. É um desrespeito tratar o sofrimento alheio como conteúdo, e a verdade pouco importa diante da pressa em ser o primeiro a publicar.  Falta equilíbrio emocional, sensibilidade e humanidade a essas pessoas. É um ato insano, cruel e inconsequente expor nomes de pessoas como vítimas, sem qualquer confirmação. E só avaliamos a dor quando passamos por isso.

Além disso, essa prática pode gerar um ciclo tóxico de desinformação. A pressão para ser o primeiro a postar um “furo”, muitas vezes resulta na propagação de boatos ou na apresentação de eventos de forma sensacionalista. O impacto emocional que esse tipo de conteúdo pode ter sobre os espectadores é preocupante. Eventos trágicos tornam-se apenas mais uma postagem a ser visualizada, criando um ambiente onde a empatia é reduzida, e o sofrimento é tratado como um mero espetáculo.

Portanto, é fundamental que usuários das redes sociais reflitam sobre a responsabilidade que possuem ao exibir conteúdo que envolvem dor e tragédia. A promoção de uma comunicação mais responsável, que priorize a empatia e a precisão das informações, é essencial. Assim, podemos transformar as redes sociais em espaços que, em vez de sensacionalizar tragédias, promovam consciência, solidariedade e respeito ao ser humano.

 

 

 

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