Polícia Civil identifica autor de vídeo falso sobre invasão de terra em SC
Segundo o delegado Ulisses Gabriel, influencer usou vídeo para gerar engajamento e responderá por infração penal

Na manhã desta segunda-feira (9), o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, concedeu entrevista ao Jornal da Guarujá para esclarecer o caso do vídeo viral que sugeria uma suposta invasão de terra em uma propriedade privada no estado. A gravação, feita por um influenciador digital, gerou repercussão e preocupação nas redes sociais.
“O governador me acionou ainda no sábado, assim que o vídeo começou a circular. Imediatamente demos início à investigação e identificamos que se tratava de um produtor de conteúdo do Amapá, residente em Navegantes, que fabricou a situação para gerar engajamento nas redes sociais”, afirmou o delegado.
Segundo Ulisses Gabriel, o homem, que aparece no vídeo com um facão e simulando a ocupação de um terreno, será responsabilizado por uma infração penal. “Ele responderá por mobilizar o aparato estatal para investigar um crime que, de fato, nunca existiu. Isso é um crime. Não vamos tolerar esse tipo de conduta em Santa Catarina”, disse.
A localização do autor foi possível graças ao uso de ferramentas de geolocalização e rastreamento digital. “Em poucos minutos, com o apoio do nosso setor de inteligência, conseguimos descobrir o local da gravação e quem era o autor. O próprio influencer gravou um segundo vídeo pedindo desculpas”, acrescentou o delegado.
Gabriel aproveitou para reforçar que Santa Catarina tem sido rigorosa na defesa da propriedade privada. “Em 2023, tivemos cinco tentativas de invasão e todas foram repelidas pela polícia. O estado não admite esse tipo de crime, nem que se brinque com esse tema”, declarou.
Ainda durante a entrevista, o delegado também comentou sobre outro caso envolvendo um indivíduo que ofendeu a população catarinense nas redes sociais, chamando os moradores do estado de “nazistas”, “racistas” e “gente de bosta”. Segundo Ulisses, o suspeito que atuava como pichador e tatuador em Florianópolis, retornou para o Rio Grande do Sul, seu estado de origem, mas será responsabilizado pelas declarações e por eventuais pichações na capital catarinense.
“Ele será responsabilizado por calúnia e difamação. Estamos apurando se foi ele quem realizou pichações em Florianópolis. Mesmo tendo deixado o estado, as providências serão tomadas”, assegurou.
Por fim, o delegado destacou a importância da atuação rápida da Polícia Civil diante de casos que, à primeira vista, podem parecer inofensivos. “A mentira dá a volta ao mundo antes que a verdade saia do lugar. Repetida mil vezes, vira verdade. Por isso, atuamos com rapidez para proteger a imagem do estado e de seu povo trabalhador.”
Confira entrevista completa