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GAECO realiza Operação Nuremberg em Cocal do Sul para combater grupo neonazista em atividade nacional

Ação simultânea em quatro estados apreendeu armas, materiais de ódio e revelou estrutura hierarquizada do grupo que disseminava ideologia extremista

Por Ligado no Sul31/10/2025 10h00
Fotos/Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC

Em uma ação coordenada pelo GAECO,  Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, o município de Cocal do Sul, no Sul catarinense, foi alvo de mandados de busca e apreensão em investigação que visa desarticular um dos maiores grupos neonazistas atualmente em atividade no Brasil.

No Estado, o fenômeno já é considerado crítico: levantamentos apontam que mais de 25% dos grupos neonazistas identificados no país estariam concentrados em solo catarinense. Esse dado torna a operação em Cocal do Sul relevante como sinal de alerta para autoridades e comunidade local.

A operação foi realizada simultaneamente em quatro estados: Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Sergipe, com cumprimento das ordens nas cidades de São Paulo/SP, Campinas/SP, Taboão da Serra/SP, Osasco/SP, São José dos Pinhais/PR, Curitiba/PR, Araucária/PR, Cocal do Sul/SC, Jaraguá do Sul/SC e Aracaju/SE. Durante as buscas foram apreendidos diversos materiais de apologia ao nazismo. Foram apreendidos ainda armas brancas, faca e “soco inglês”.

Perfil dos investigados 

As investigações revelaram que entre os integrantes do grupo há indivíduos com diferentes formações e ocupações, o que demonstra a capacidade de disseminação da ideologia extremista em diversos segmentos da sociedade.

Verificou-se que parte dos investigados participava ativamente da produção e difusão de conteúdos de ódio em ambientes virtuais, utilizando-se de perfis falsos e fóruns voltados à propagação de ideias supremacistas. A atuação articulada e tecnicamente estruturada do grupo evidencia elevado grau de organização e planejamento das ações.

O grupo mantinha encontros presenciais regulares, nos quais eram debatidos temas voltados à disseminação da ideologia neonazista e ao recrutamento de novos membros. Tais reuniões também serviam para o planejamento de ações e, em alguns casos, para a organização de confrontos com grupos ideologicamente opostos.

Os integrantes se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o “Sol Negro”, emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana, tendo ao centro a figura de um fuzil AK-47. O símbolo, segundo a própria interpretação do grupo, representa a supremacia branca e a exaltação da violência, evidenciando a disposição para o uso da força como instrumento de imposição ideológica.

As investigações também identificaram a existência de uma estrutura hierarquizada, com fichas de ingresso, produção de camisetas exclusivas e cobrança de mensalidades obrigatórias aos membros oficialmente “batizados”. As contribuições financeiras eram destinadas ao custeio de despesas internas, à aquisição de materiais de propaganda e à manutenção das atividades do grupo.

Foi ainda constatada a realização de uma cerimônia de “batismo”, ritual de iniciação voltado à admissão de novos integrantes. Essa prática tinha como objetivo fortalecer os laços internos e reafirmar o compromisso com a ideologia extremista, constituindo elemento essencial para a coesão e expansão da organização.

Segundo nota divulgada pelo Ministério Público, as investigações seguem em curso, com ampliação da análise de dispositivos eletrônicos e identificação de líderes e apoiadores.

*Com informações do Ministério Público de Santa Catarina

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