Santa Catarina registra 224 mortes por doenças respiratórias em 2025; onda de frio agrava cenário
Mesmo com doses disponíveis para toda a população, imunização contra influenza ainda não atinge o ideal

A forte onda de frio que atinge Santa Catarina a partir desta quinta-feira (29) acende um sinal de alerta para o aumento da circulação de vírus respiratórios, especialmente gripe e covid-19. O Estado já registra, em 2025, 224 mortes e mais de 5 mil hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo dados do Centro de Informações Estratégicas da Secretaria de Estado da Saúde. Só nos meses de abril e maio, 58% desses casos foram registrados.
De acordo com o diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica estadual, João Fuck, a queda nas temperaturas costuma intensificar a transmissão de vírus. “Com a chegada do frio, normalmente vemos um aumento da circulação dos vírus respiratórios. Este ano, inclusive, essa movimentação começou antes do esperado. Desde o fim de abril temos observado um crescimento nos atendimentos relacionados a síndromes respiratórias”, explica.
Além do clima, os hábitos da população nesta época contribuem para o cenário. “Ambientes mais fechados e maior aglomeração de pessoas favorecem a disseminação desses vírus”, acrescenta Fuck.
Entre os principais agentes infecciosos estão a covid-19, o vírus sincicial respiratório, rinovírus e, especialmente, o vírus da influenza. Segundo o diretor, os quadros graves têm acometido principalmente crianças e idosos, faixas etárias mais vulneráveis.
Apesar da oferta de vacinas contra a gripe e a covid-19, a cobertura vacinal ainda é considerada baixa entre os grupos prioritários. “Crianças, gestantes e idosos têm uma cobertura em torno de apenas 38%. Esses são justamente os grupos que mais evoluem para formas graves. Por isso, é fundamental buscar a imunização o quanto antes”, enfatiza.
A vacinação contra a influenza está disponível para toda a população a partir dos seis meses de idade. Já para a covid-19, a orientação é que especialmente os idosos estejam atentos ao calendário e às doses de reforço com a nova variante.
Além da imunização, a Vigilância Epidemiológica recomenda cuidados básicos como manter os ambientes ventilados, evitar tossir em direção a outras pessoas, lavar bem as mãos e utilizar máscaras em caso de sintomas.
“O frio chegou, e com ele, o risco aumentou. A melhor forma de se proteger e proteger quem você ama é se vacinar”, finaliza João Fuck.